Você sabia que Santa Catarina tem a maior expectativa de vida do Brasil? Até a pandemia de Covid-19, os moradores do Estado tinham uma expectativa de 79,9 anos, segundo o IBGE, muito acima da média nacional de 76,6 anos. No País, esse indicador cresceu mais de 30 anos desde a década de 1940.
Com isso, a pirâmide etária no Brasil vai se invertendo, enquanto o grupo da terceira idade torna-se cada vez maior. Inclusive, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estima que um a cada três brasileiros será idoso em 2060.
Essa transformação terá um impacto crescente em diferentes mercados, do trabalho ao consumo. Mas é neste último aspecto que as marcas precisam se concentrar agora, porque algumas mudanças importantes já estão em andamento, como o comportamento de compras pela internet na terceira idade.
Para ficar por dentro do assunto, acompanhe os dados adiante.
O impacto do consumidor maduro na economia brasileira
De acordo com a pesquisa “Longeratividade”, realizada pelo Instituto Locomotiva para o Grupo Bradesco Seguros, os brasileiros acima de 50 anos movimentam mais de R$ 1,8 trilhão por ano na economia brasileira, sendo metade dessa renda vinda do trabalho.
O impacto desse consumidor maduro ocorre de duas formas: direta e indireta. Em primeiro lugar, é direta porque ele é um participante ativo na economia. Segundo o estudo “Hábitos de Compra do Consumidor 60+”, da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), 86% das pessoas nesse perfil são responsáveis pelo controle das finanças e decisões de compra.
A terceira idade também tem um papel indireto fundamental no mercado de consumo. Isso porque os idosos respondem por mais da metade da renda em 20% dos 71 milhões de lares no Brasil, como revela a economista Ana Amélia Camarano, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Mas se engana quem pensa que esse consumidor limita seu consumo a produtos e serviços voltados para a idade. A pesquisa “Estilo de Vida e Consumo na Terceira Idade 2018”, da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) com SPC Brasil, mostra que os idosos têm maior intenção de viajar (24%) do que comprar perfumes e cosméticos (19%).
Por outro lado, 51,6% dos indivíduos desse grupo ainda sentem dificuldades de encontrar produtos e serviços específicos para a terceira idade. Alimentos, locais para sair, celulares e roupas estão entre as categorias que precisam adaptar-se melhor a esse público.
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Compras físicas e digitais na terceira idade
A SBVC ainda mostra que, no ano de 2021, os comércios físicos mais frequentados pelos consumidores acima de 60 anos foram, nesta ordem, redes de hipermercado ou supermercado, farmácias e centros comerciais.
- Mercados: 49% dos consumidores tiveram frequência semanal e 19% quinzenal.
- Farmácias: 12% de frequência semanal e 24% quinzenal.
- Centros comerciais: 7% de frequência semanal e 8% quinzenal.
Ao comprar na loja física, a escolha dos idosos é influenciada, principalmente, pela qualidade e atenção no atendimento (84%). Em seguida, estão o preço (80%) e a facilidade de acesso ao PDV (72%).
Entretanto, não podemos nos esquecer de que esse também é um consumidor digital. De acordo com a SBVC, 84% dos indivíduos da terceira idade conectados no Brasil compram on-line. Para isso, 81% desse grupo utiliza o smartphone, o que reforça a necessidade de as marcas priorizarem a experiência na navegação móvel.
Conveniência e preço são os principais atrativos para quem compra pela internet, mas o consumidor ainda tem alguns entraves para comprar on-line. O maior deles é a sensação de falta de segurança ao informar os dados bancários. Então, é preciso salientar igualmente a questão da proteção de dados no e-commerce.
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Consumo de mídia na terceira idade
Agora, como é possível atrair esse consumidor? A resposta está na mídia, seja on-line, seja off-line. Isso porque os consumidores da terceira idade estão sempre em busca de informação e entretenimento.
Nesse sentido, a Kantar IBOPE Media revela que entre a geração baby boomer, nascida nas décadas de 1940 e 1950, 98% das pessoas consideram muito importante estar bem informado. Não à toa, uma das principais audiências do telejornalismo da NSC TV é composta por um espectador mais maduro.
Mas o consumo de mídia ocorre igualmente por prazer. Segundo a CNDL/SPC Brasil, 59% desse público costuma assistir à televisão nos momentos de lazer. Mais de um terço (35%) afirma ouvir música para se distrair e se divertir, enquanto 30% deles navegam na internet com essa finalidade. Inclusive, vale destacar que 97% dos idosos estão conectados.
Para saber mais sobre os hábitos desse público, baixe o estudo do Negócios SC com o Comportamento das Gerações e como isso impacta as marcas.