Um mix de mudanças no comportamento do consumidor e tecnologias revolucionárias trazem uma série de perguntas sobre o novo marketing para o varejo.
Acompanhar essa transformação varejista é especialmente importante no Brasil, já que, além da necessidade de se adaptar a essa nova realidade, as empresas ainda precisam lidar com um cenário de desaceleração econômica. Por isso, neste artigo responderemos com dados a algumas das principais perguntas sobre o assunto.
Acompanhe e tire suas dúvidas!
Perguntas e respostas sobre o novo marketing do varejo
É o fim das lojas físicas?
Esse é um dos maiores debates atuais no mundo dos negócios. Há, claro, as opiniões fatalistas sobre o futuro das lojas físicas, assim como diziam que a televisão perderia relevância com a popularização da internet, um mito que já desbancamos aqui no blog.
O mercado virtual está sim em expansão, com uma média de crescimento de 18% ao ano, segundo a pesquisa Perfil do Consumidor Online, feita por PayPal e Ipsos. Enquanto isso, a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo estima que até 2020 cairá em 35% o número de clientes visitando lojas físicas.
Mas esse é o fim do PDV? Em resumo: não. O que deve acontecer é a integração do ponto de venda a uma estratégia multicanal de marketing e vendas, ainda desempenhando um papel importante e com potencial para focar cada vez mais no marketing de experiência para o fortalecimento da marca.
O que acontece nessa jornada de compra multicanal é que o consumidor se ampara no virtual para compras físicas e vice-versa. Prova disso são os dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, revelando que 47% dos compradores fazem buscas on-line antes de realizar a compra em uma loja física e 25% visitam o PDV antes de decidir comprar pela internet.
A solução para o varejo é investir em experiências cada vez melhores e mais impactantes no ponto de venda.
Leia também: Como vender mais no PDV: 12 estratégias de sucesso
O que leva o consumidor a comprar?
Em um momento ainda de incerteza econômica como vive o Brasil, o preço tem sido um forte diferencial para o consumidor. De acordo com um levantamento da CNDL e do SPC Brasil, 59% dos brasileiros fazem pesquisa de preços antes da aquisição de produtos.
Mesmo quando se compra por impulso, promoções são a principal razão por trás desse ato, pelo receio de perder a oportunidade. No entanto, o excesso de descontos pode ser prejudicial ao negócio.
Segundo Manuel Guimarães, no portal Mundo do Marketing, só em 2017 o varejo brasileiro perdeu R$ 11 bilhões em ofertas de produtos que o cliente compraria com preço total. Isso leva ao dilema: o preço competitivo é importante, mas as empresas têm cobrado menos do que poderiam.
A resposta para isso está em outros fatores que influenciam a compra. No caso do varejo virtual, são elementos como frete grátis, agilidade de envio e avaliações de outros clientes. Na loja física, a facilidade de troca, a maior sensação de segurança e a qualidade da experiência também entram nessa equação.
E nunca é demais ressaltar: comunique seus diferenciais, seja da loja física, seja do e-commerce, nos principais meios de divulgação para atrair o público e ter melhores resultados.
Como otimizar recursos de marketing?
Inteligência artificial é um dos assuntos mais quentes do momento e não é à toa. Suas possibilidades de aplicação são diversas e trazem ótimas perspectivas para o novo marketing do varejo.
Seu principal uso é conhecer melhor o comportamento do consumidor, tanto em um padrão social quanto individual. Isso permite, por exemplo, elaborar uma estratégia de preços de acordo com o real poder de compra do público, reduzindo aqueles R$ 11 bilhões em ofertas desnecessárias.
Outras aplicações da inteligência artificial envolvem a redução de custos de produção; logística e distribuição de produtos mais eficientes; insights para criação de campanhas; e até compra automática de mídia on-line. Tudo para otimizar seu investimento em marketing.
Leia também: Inteligência artificial e o futuro do marketing da sua empresa
Por que ser mobile first?
“Mobile first” é um conceito que se refere a pensar primeiro na acessibilidade em dispositivos móveis das soluções virtuais oferecidas por uma empresa. Para se ter uma ideia da importância disso, no Brasil 49% dos internautas só usam o celular para se conectar, como revela a pesquisa TIC Domicílios. Ou seja, a maioria do público.
Empresas que não tiverem sites e lojas virtuais funcionais em smartphones e tablets ficarão para trás no crescimento das compras on-line no varejo. Para o estudo de PayPal e Ipsos, as compras via mobile no Brasil devem ultrapassar R$ 100 bilhões em 2020. Isso representa um grande mercado consumidor e a necessidade de um marketing focado nesse cliente móvel.
Vale a pena se posicionar em questões sociais?
De acordo com o relatório 2019 Retailer Playbook, 87% dos profissionais de varejo entrevistados dizem que se posicionar vale a pena para os negócios. E mais: 83% deles revelam, inclusive, que não tomar uma posição é prejudicial.
O consumidor moderno, ou prossumidor, escolhe marcas não só com base em necessidades, mas também no alinhamento de interesses e valores. Para ele, saber o que a empresa acredita e defende, por meio de uma cultura organizacional transparente, ajuda a fortalecer o relacionamento.
Veja, por exemplo, o caso da Nike. Em uma campanha ousada, trazendo como protagonista o jogador de futebol americano Colin Kaepernick, uma das figuras centrais dos protestos em que esportistas se ajoelhavam durante a execução do hino em jogos da NFL, a marca se posicionou em uma questão social.
É claro, houve uma pequena repercussão negativa entre alguns consumidores. Mas nada comparado ao aumento de 31% em vendas on-line com a veiculação da campanha. O segredo está em se conectar com os valores da maioria do seu público e fazer uma comunicação institucional relevante.
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