A economia do Brasil em 2023 e seus impactos no varejo

22/05/2023

VAREJO

A economia do Brasil em 2023 e seus impactos no varejo

O varejo precisa ficar atento aos indicadores da economia do Brasil para traçar estratégias mais eficientes de comunicação e vendas. Inclusive, uma leitura mais aprofundada desses dados permite antecipar o comportamento de diferentes categorias dentro do setor.

O cenário da economia brasileira tem sido positivo neste ano, como demonstram os dados do primeiro trimestre. A atividade econômica surpreendeu, a inflação acumulada vem retrocedendo e o consumidor está mais otimista em relação à própria renda e à perspectiva de consumo. No entanto, o endividamento das famílias ainda afeta o desempenho de alguns segmentos do varejo.

Veja a seguir o que você precisa saber sobre a economia do Brasil em 2023.

Economia do Brasil cresce no primeiro trimestre de 2023

Considerado como uma prévia do PIB brasileiro, o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) registrou um excelente resultado no primeiro trimestre deste ano. Os dados do Banco Central (BC) apontam um crescimento de 2,41% na economia do Brasil em relação ao trimestre imediatamente anterior e de 3,87% na comparação com o mesmo período de 2022.

Com isso, melhoraram as projeções do mercado financeiro tanto para a inflação quanto para o PIB, segundo o Relatório Focus de 19 de maio, produzido pelo BC.

Sobre a inflação, vale ressaltar que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado em 12 meses até abril de 2023 esteve em 4,18%. O resultado, medido pelo IBGE, é muito menor que os 12,13% registrados no acumulado até abril de 2022 e também abaixo dos 5,79% de dezembro do ano passado.

Já sobre o IBC-Br, que serve de prévia do PIB, o economista Rafael Perez destaca à InfoMoney:

— Os dados de atividade vêm surpreendendo positivamente nos últimos meses, revelando uma maior resiliência dos principais setores.

Entre esses setores está o varejo. O comércio impulsionou o crescimento da economia do Brasil em 2023 com alta de 2,4% em volume de vendas no primeiro trimestre frente ao mesmo intervalo do ano anterior. Esse resultado está na Pesquisa Mensal do Comércio, do IBGE, de março.

O varejo ampliado foi outro a crescer no período, com elevação do volume de vendas em 3,3%.

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Desempenho da economia brasileira melhora projeções do mercado para 2023. (Foto via Freepik)

Consumidor brasileiro está mais otimista com crescimento da economia

Além da queda da inflação, outro fato tem contribuído para a melhora da economia do Brasil. De acordo com o Boletim Salariômetro da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, o reajuste médio dos salários em abril de 2023 foi de 5%, portanto acima do acumulado de 4,4% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

Para a Fipe, esse foi o sétimo mês consecutivo com ganho real para os trabalhadores brasileiros. Isso eleva o otimismo do consumidor, especialmente entre os grupos de menor renda, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Todos os meses, a CNC avalia a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) no País. Em maio, o indicador manteve a tendência de alta, apresentando um crescimento de 2,4%.

O resultado do ICF de maio está relacionado a aumentos mais expressivos no nível de consumo atual, na renda atual e na perspectiva de consumo futuro, três dos sete itens avaliados no índice.

Ainda de acordo com a CNC, 36,5% do público consumidor brasileiro considera ter uma renda melhor agora que há um ano. Tal desempenho é o maior desde março de 2020.

Isso confirma o otimismo dos consumidores em relação à economia do Brasil em 2023. Como ressaltou a pesquisa “Termômetro de consumo: 1º semestre 2023”, da PiniOn para a Globo, seis em cada dez brasileiros acreditavam que a vida financeira melhoraria neste ano.

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Endividamento das famílias ainda é desafio para vendas no varejo

Apesar desse otimismo, o consumidor brasileiro mantém-se cuidadoso com os gastos. Se analisarmos as categorias que o público aumentou o consumo ou passou a consumir, com base na pesquisa da PiniOn, todas representam itens essenciais.

Em primeiro lugar, temos os gastos com alimentos e bebidas. Essa também é a maior despesa dos brasileiros atualmente, logo acima das contas básicas da casa. A segunda categoria de maior gasto é a de medicamentos e produtos para saúde, seguida de higiene pessoal e doméstica.

Nesse sentido, a principal razão para adiar outras compras é a necessidade de quitar dívidas antes.

Segundo a CNC, 78,3% das famílias brasileiras tinham alguma dívida em abril de 2023, sendo 17,3% entre as muito endividadas. Do total, 11,6% sequer têm condições de pagar as dívidas. Os dados estão na Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic).

Isso tem um impacto mais perceptível em mercados como o de vestuário e acessórios. De acordo com a PiniOn, as categorias que o consumidor brasileiro mais teve de segurar a compra nos últimos meses foram:

Ou seja, elas precisam de um trabalho de comunicação diferenciado. Primeiro, para manter-se na mente das pessoas quando chegar o momento da compra. Segundo, para destacar diferenciais, como descontos ou condições de pagamento facilitadas.

Para saber segmentar a comunicação dessas categorias em Santa Catarina, experimente o Simulador de Campanha do Negócios SC.

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