Desde o começo da pandemia do novo coronavírus temos apontado o crescimento das vendas no comércio eletrônico no Brasil. Agora, dados da pesquisa Webshoppers 43ª edição, realizada pela Ebit | Nielsen, permitem-nos quantificar melhor esse aumento.
Entre 2011 e 2020, a alta do e-commerce brasileiro foi de 367%, chegando a um faturamento de R$ 87,4 bilhões no ano passado. Apenas entre 2019 e 2020, o crescimento foi de 41%, a maior elevação percentual desde 2010–2011, quando cresceu 26%. Como comparação imediata, entre 2018 e 2019 a alta foi de 16%.
Descubra mais dados da pesquisa a seguir.
Comércio eletrônico no Brasil ganha 17,9 milhões de consumidores
O faturamento recorde não foi a única marca superada pelo e-commerce brasileiro em 2020. A entrada de novos consumidores no mercado de compras on-line chegou a 17,9 milhões de pessoas, representando um acréscimo de 29%. Esse percentual é o maior desde ao menos 2013.
Em termos de comparação, esse fluxo de novos consumidores virtuais é próximo às populações somadas de Santa Catarina e Paraná.
Em 2020, chegamos então a um total de 79,7 milhões de consumidores na internet. Se considerarmos que a população adulta no País tem cerca de 160 milhões de pessoas, segundo estimativa do IBGE, e contamos com iguais 160 milhões de usuários da internet, de acordo com o relatório Digital Brazil 2021, isso nos revela que uma parcela considerável dos brasileiros adultos ainda não comprou pela internet.
Ou seja, ainda há um grande mercado potencial no Brasil.
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Ticket médio é maior entre consumidores recorrentes
Também em 2020, houve um aumento de 8% no ticket médio das compras on-line feitas no Brasil em relação a 2019, alcançando os R$ 452. Desde 2011 esse aumento foi 29%, portanto o crescimento do comércio eletrônico brasileiro deve-se mais ao aumento de consumidores e de pedidos.
No ano passado, foram realizados 194 milhões de pedidos na internet, um número 30% maior do que em 2019. Já na comparação com 2011, o aumento foi de 259%.
Uma curiosidade sobre o ticket médio das compras on-line é que os novos consumidores em determinado ano gastam menos que os compradores recorrentes.
Ticket médio nos últimos três anos:
- 2018: R$ 440 recorrentes x R$ 394 novos
- 2019: R$ 434 recorrentes x R$ 404 novos
- 2020: R$ 453 recorrentes x R$ 443 novos
Esse intervalo, no entanto, tem sido cada vez menor. Isso pode representar um maior sentimento de segurança dos novos consumidores para realizar esse tipo de compra. Então, em vez de começar com pedidos menores como teste do meio digital, o público já chega com um nível de confiança próximo ao dos compradores habituais.
Mas aqui vale destacar outra pesquisa, desta vez da MindMiners, revelando que 63% dos brasileiros preferem comprar na internet de marcas mais conhecidas. Logo, é fundamental investir na comunicação da marca para trazer mais segurança à compra on-line.
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Black Friday aumenta o ticket médio das compras virtuais
Entre todas as datas comerciais do ano, a Black Friday tem a contribuição mais alta para o ticket médio das compras virtuais no Brasil. Em 2020, o valor médio nessa data foi de R$ 652, muito acima dos R$ 452 vistos ao longo de todo o ano.
Como comparação, a segunda data com maior ticket médio diário é a Cyber Monday, com R$ 478. Em seguida, vêm a Semana do Brasil, com R$ 467, e o Natal, com R$ 462.
A Black Friday também é a data comercial com maior faturamento diário. Em dois dias de promoção, foram movimentados R$ 4 bilhões, portanto R$ 2 bilhões por dia. O mais próximo disso em 2020 foi registrado no Dia dos Namorados, que teve faturamento total de R$ 4,1 bilhões, mas distribuídos ao longo de 15 dias. Ou seja, gerou pouco mais de R$ 270 milhões diariamente.
Com alguns meses faltando para novembro, é importante começar o planejamento do e-commerce desde agora para aproveitar esse movimento da Black Friday.
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Impactos da pandemia por segmento de loja no e-commerce
O estudo Webshoppers ainda avaliou o desempenho de 12 segmentos de lojas virtuais. Destes, apenas dois tiveram impacto negativo na pandemia: automotivo e de bebidas.
Todos os demais tiveram resultado positivo em 2020, incluindo lojas de departamento, autosserviços, roupas e calçados, esportivo, informática, perfumaria, farmácia, casa e decoração, alimentos e petshop. Curiosamente, o segmento de produtos para animais domésticos foi o que mais cresceu no período: altas de 143% em quantidade de pedidos e de 108% em faturamento.
Também se destacaram os aumentos de faturamento em lojas de departamentos (55%) e em casa e decoração (53%), que ficaram acima da média de 45% dos 12 segmentos analisados.
Para saber ainda mais dados sobre o comércio eletrônico no Brasil, baixe a pesquisa Webshoppers 43ª edição.