Marcas, uma questão de confiança
O que faz um consumidor decidir por uma marca de produto ou serviço e não por outra? As empresas enfrentam um turbilhão de desafios para iniciar atividades, se manter no mercado, crescer e ter suas marcas entre as preferidas. Nessa lista de desafios estão a ética, os impactos tecnológicos em diversas frentes, a necessidade de preservar o meio ambiente e de atender bem todos os seus públicos. Mas para que a roda do negócio se mova favoravelmente é preciso confiança, ou seja, o consumidor tem que ter a certeza de que está adquirindo um produto ou serviço de qualidade, por um preço justo, e que a empresa está cumprindo seu papel social. Por isso as marcas precisam ser e parecer honestas. Devem almejar o estágio em que seus clientes decidem as compras “de olhos fechados”, como diz aquele ditado popular.
Santa Catarina é um Estado referência em quase todos os setores da economia. Ostenta marcas fortes e sólidas, embora pouco projetadas no exterior, mas tem também as que se perderam por erros de gestão.
A força da ética
Fabricar produtos e oferecer serviços de qualidade, cumprir todos os contratos, fazer o que as leis e normas determinam, avaliar se os fornecedores também estão atuando de forma ética e conseguindo ganhar o necessário, cuidar do social, do ambiental. É muita coisa para fazer, principalmente num país como o Brasil com legislações complexas, especialmente na área tributária. Mas a prática sistemática de fazer o que é correto, aquela máxima de não fazer para o outro o que não quer para si, de ser transparente, é o fio condutor para ter marcas sólidas, de reputação ilibada, que atraem um ciclo virtuoso. Com um alicerce desses, é possível fazer a projeção em todas as mídias e conseguir ainda mais reconhecimento sem o risco de ser desmentido nas redes sociais. Essa imagem sólida gera confiança, atrai investidores, parceiros e abre portas em diversos mercados no Brasil e exterior. Vale alertar que uma atuação contrária a essa lógica fecha portas e, na maioria das vezes, causa danos irreversíveis às marcas.
Inovar sempre
As invenções aceleradas, especialmente em inovações disruptivas, as que criam mercados alternativos para setores existentes, tiraram todo mundo da zona de conforto. Por isso, o cuidado com as marcas inclui manter a empresa numa trajetória de crescimento, o que exige uma atuação forte com o mercado e soluções atuais. Elas que garantem a receita da companhia e, paralelamente, investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação para ter soluções diferenciadas ao mercado no futuro, para não deixar de existir. Por isso, a recomendação é ter um pé no presente e outro no futuro, inovando em tudo.
CONSULTOR DOS EUA ACONSELHA CUIDAR DA REPUTAÇÃO DAS MARCAS
Um dos cinco principais desafios dos líderes empresariais é trabalhar a reputação das marcas. Essa é a opinião do consultor norte-americano Vince Molinaro, diretor global de Soluções de Liderança da Consultoria Lee Hecht Harrison, a LHH. Ele esteve na Expogestão em maio de 2018 e falou comigo com exclusividade sobre marcas e compliance.
– Hoje, com a questão da mídia e da internet, as sociedades têm expectativas elevadas em relação a reputação de marcas. Isso precisa ser trabalhado pelas lideranças das empresas – disse Molinaro.
Ele colocou essa prioridade ao lado do foco no crescimento sustentável do negócio, capacidade para assumir e gerenciar riscos, cuidar da cultura da liderança e fazer tudo de forma sustentável. Questionado sobre a série de denúncias de corrupção no Brasil e importância da adoção de compliance, uma política de cumprimento de leis e regras com todos os públicos, Molinaro disse reconhecer que o Brasil enfrentou um grande problema de corrupção e isso afetou as empresas. Para ele, é importante a sociedade não aceitar esses problemas e os que cometeram infrações estão pagando por isso.
– É preciso sensibilizar os líderes empresariais sobre qual é o papel e quais são as responsabilidades no cargo de liderança. O comprometimento com o que é esperado do líder e a missão que ele tem é deixar a empresa melhor do que ele recebeu. Isso deve direcionar tudo e pautar tudo. Deve estar acima dos interesses pessoais – alerta o consultor.
Na opinião dele, esse comprometimento deve começar pelos membros dos conselhos de administração das companhias. São eles que escolhem os executivos, cobram a execução da gestão e devem ter uma postura adequada, recomenda Molinaro.
A consultoria LHH tem mais de 50 anos de mercado, 400 escritórios em mais de 60 países, incluindo diversos no Brasil, sendo um em Joinville, norte de SC. A LHH atua com grandes grupos multinacionais e também empresas familiares.
“É preciso sensibilizar os líderes empresariais sobre qual é o papel e quais são as responsabilidades no cargo de liderança. O comprometimento com o que é esperado do líder e a missão que ele tem é deixar a empresa melhor do que ele recebeu.”
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