O mercado esportivo no Brasil ainda pode crescer mais

22/06/2021

Novidade do setor

O mercado esportivo no Brasil ainda pode crescer mais

O mercado de esportes no Brasil, antes mesmo da pandemia, já correspondia a cerca de 2% do PIB nacional e vinha em constante crescimento. De acordo com uma projeção no site Statista, o faturamento do segmento deve crescer em torno de 5% ao ano até 2025.

É fato que a Covid-19 abalou esse mercado esportivo, trazendo um impacto negativo para as academias e o setor de eventos. Em compensação, as vendas de itens para a prática de exercícios em casa ou por conta própria cresceram consideravelmente no período.

A seguir, veja mais dados sobre essa importante economia esportiva no País.

A situação das academias na pandemia

Segundo uma análise da plataforma EVO W12, no Brasil houve redução de 35% no número de clientes ativos ao longo de 2020 por causa da pandemia. Muitas empresas fecharam nesses últimos meses.

Apesar disso, o País continua tendo um dos maiores números de academias no mundo. A International Health, Racquet & Sportsclub Association (IHRSA) contava em 2019 a existência de 34.509 estabelecimentos do tipo no País. Nas Américas, só está atrás dos Estados Unidos em quantidade, com 39.570 academias.

Nesse mercado de academias, o Brasil movimentava 2,1 bilhões de dólares por ano.

O problema com relação a esse mercado é a baixa adesão dos brasileiros. Apenas 4,62% participava de algum programa de exercícios em academias no ano de 2019. É um índice menor que o da vizinha Argentina (6,43%) e muito mais baixo que o dos EUA (20,80%).

Mas para aumentar essa adesão, primeiro será necessário reconquistar os clientes de academia perdidos durante a pandemia. Para isso, a Associação Brasileira de Academias (ACAD), orienta para o oferecimento de treinos on-line, ferramentas para agendamento, inclusão de novas atividades conforme o interesse do público e pesquisas de opinião com clientes e ex-clientes.

Também vale ressaltar a importância de se oferecer modalidades ao ar livre, onde 41% dos praticantes estão fazendo algum exercício, segundo a IHRSA. Somente 28% estão de fato nas academias, enquanto outros estão em casa ou condomínio.

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A moda fitness já foi incorporada ao dia a dia do brasileiro. (Foto via Freepik)

Potencial de crescimento do mercado esportivo

No longo prazo, a estratégia do mercado esportivo ou mercado fitness no Brasil deve procurar trazer as pessoas que ainda não praticam atividades físicas regularmente. E elas são muitas no País.

De acordo com o IBGE, 62,1% dos brasileiros acima de 15 anos não praticam qualquer exercício. Mais ainda, o Google revela que dois em cada três brasileiros estão descontentes com sua prática de exercícios.

No entanto, quem começa a praticar vira consumidor fiel do mercado esportivo, mesmo que se exercitando em casa ou ao ar livre.

Uma prova disso vem dos resultados do comércio eletrônico no Brasil. No segmento esportivo, a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), em parceria com a Konduto, apontou um crescimento de 211,95% na venda de artigos do gênero pela internet logo no início da pandemia.

E o mercado continua crescendo em 2021: no começo deste ano a Criteo indicou um aumento de 127% na venda on-line de itens esportivos, em relação ao ano passado.

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Mercado fitness e seus desdobramentos

Um aspecto interessante desse mercado é que ele movimenta diversos ramos de empresas a cada consumidor conquistado.

Um novo cliente de academia, por exemplo, também tem grandes chances de adquirir novos itens da moda fitness, pode comprar alimentos específicos de acordo com sua atividade física, além de suplementos e até cosméticos próprios para o esporte.

Entre esses desdobramentos, a moda fitness representa hoje em torno de 20% do setor de vestuário no Brasil, com valor total estimado em R$ 141,7 bilhões no ano de 2021, segundo a Associação Brasileira de Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). Esse é um mercado promissor e com rápido crescimento, tanto que tem sido um dos focos de investimento do Grupo Soma, dono de marcas como Farm e Animale, e de outros grandes varejistas.

Já o setor de suplementos movimenta mais de R$ 2 bilhões por ano, conforme dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Suplementos Nutricionais e Alimentos para Fins Especiais (Brasnutri) e da Associação Brasileira das Empresas de Produtos Nutricionais (Abenutri). É o terceiro maior mercado do gênero no mundo — um dado surpreendente, considerando que apenas 10% das pessoas que se exercitam com regularidade são adeptas de tais suplementos.

A prática de exercícios, portanto, não é boa apenas para a saúde das pessoas. É uma força econômica, responsável por desenvolver milhares de empresas no mercado esportivo no Brasil.

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