Na quinta-feira, 25 de maio, o Governo Federal anunciou medidas para reduzir os impostos de IPI, PIS e Cofins para veículos populares de valor até R$ 120 mil. Com isso, caso as montadoras apliquem a redução máxima de 10,96% no preço, segundo a proposta inicial, alguns modelos podem custar menos de R$ 60 mil.
Inclusive, o preço dos veículos seminovos e usados pode recuar na mesma proporção.
Além de estimular a indústria automobilística no Brasil, a medida visa a aumentar a eficiência energética da frota nacional e impulsionar outros setores industriais. Isso porque os descontos estariam vinculados à menor combustão dos veículos e ao maior número de componentes produzidos no País.
A notícia vem em boa hora para o mercado de automóveis no Brasil, que tem sentido o impacto da dificuldade de acesso a crédito pelo consumidor. Veja a seguir mais dados relevantes sobre o setor.
Expectativa do setor automotivo para 2023
Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) projetam um crescimento de 4,2% na produção e de 4,1% nos emplacamentos de veículos leves no Brasil em 2023. Ao todo, estima-se que o setor automotivo no País produzirá 2,07 milhões de automóveis do tipo neste ano e emplacará 1,98 milhão.
Até o acumulado de janeiro a abril deste ano, a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) já registrou um aumento de 13,1% no emplacamento de automóveis e de 23,4% nos comerciais leves, na comparação com o mesmo período de 2022.
Ao todo, foram emplacados 463.968 veículos e 124.541 comerciais leves nos quatro primeiros meses de 2023.
Enquanto isso, no acumulado do ano, Santa Catarina teve uma alta de 11,61% no emplacamento de veículos e de 44,12% em comerciais leves. Foram 23.962 modelos emplacados na primeira categoria e 5.837 na segunda.
O Vale do Itajaí liderou a demanda no período, com 8.618 emplacamentos nos dois segmentos, apresentando uma grande vantagem sobre a região da Grande Florianópolis (6.804).
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Venda direta de automóveis avança frente ao varejo
O fato é que as vendas a varejo no mercado de automóveis brasileiro vem caindo, enquanto a venda direta tem ganhado maior participação no setor automotivo, segundo a Fenabrave. Por venda direta entende-se as negociações em que o comprador é uma empresa, taxista, autoescola, motorista de transporte, frotista ou locadora, por exemplo.
Como comparação, no acumulado de janeiro a abril de 2022, as vendas diretas representavam 36,16% da categoria de automóveis no País. Passado um ano, o percentual subiu para 43,1% no primeiro quadrimestre de 2023.
O crescimento da venda direta preocupa o setor automotivo por dois motivos. Em primeiro lugar, ele mascara a verdadeira situação do mercado de carros no Brasil. Somente as locadoras investiram mais de R$ 55 bilhões em automóveis zero quilômetro durante o ano de 2022, aponta o Anuário Brasileiro do Setor de Locação de Veículos.
Depois, esse modelo de negociação reduz a margem de lucro das fabricantes. Daí a importância de estimular a venda ao consumidor final.
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Mercado de automóveis por assinatura está em alta
Um desafio para as montadoras e concessionárias ampliarem o alcance ao público final está na mudança do comportamento do consumidor. Hoje, 55% dos indivíduos da geração Z, nascidos entre 1996 e 2016, acreditam que não é mais necessário possuir um veículo, segundo informação da Localiza.
Ainda assim, o transporte continua essencial. Isso tem impulsionado um novo modelo de locação: a assinatura de automóveis.
De acordo com a Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA), a frota dessas empresas destinada a carros por assinatura cresceu 20,8% entre janeiro e outubro de 2022.
Ou seja, a relação do setor automotivo com o consumidor final vai mudando um pouco do foco no produto para transformar-se em serviço. Os contratos podem ir de 12 meses até 48 meses, com a gestão do carro ficando sob responsabilidade da empresa, incluindo a documentação e o seguro.
Outra opção que tem se popularizado no mercado de automóveis brasileiro é a locação por meia-diária. O serviço teve alta de 16,4% de janeiro a setembro de 2022, conforme os dados da ABLA. Inclusive, essa modalidade pode ser mais econômica para o usuário que os aplicativos de transporte ou táxi, dependendo da necessidade.
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Carros elétricos são o futuro do setor automotivo?
Ainda é cedo para dizer que os carros elétricos estão mudando o panorama do transporte no Brasil.
Atualmente, apenas 0,4% do total de emplacamentos anuais no País refere-se a veículos elétricos. Para a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), foram 49.245 unidades comercializadas em 2022. Mas, aos poucos, eles devem conquistar o mercado brasileiro.
Como prevê o estudo “Acelerando a mudança rumo à Mobilidade Sustentável no Brasil”, feito pela McKinsey & Company, a participação dos carros elétricos chegará a 22% do total de vendas nacionais. Em 2035, serão 35%. E, em 2040, 55%.
Nesse sentido, dados reunidos pela Globo mostram que o brasileiro tem uma maior aceitação do modelo, em relação a diversos outros países. Por aqui, 57% do público considera ter um veículo elétrico na próxima compra.
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