O setor de serviços no Brasil, aquele que mais emprega e tem maior participação no PIB nacional, foi o mais prejudicado pelo cenário de pandemia no País. O segmento de bares e restaurantes, em especial, enfrentou sérias dificuldades pelas restrições ao funcionamento dos negócios e à circulação de pessoas.
O segmento perdeu 1,2 milhão de postos de trabalho em 2020. Em número de empresas, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) estima que 335 mil bares e restaurantes tenham encerrado as suas atividades durante a pandemia no Brasil.
Mas quais são as perspectivas para as empresas que atuam com alimentação e bebidas em 2021? Adiante trazemos alguns dados a respeito. Acompanhe.
A situação de bares e restaurantes em 2021
O volume do setor de serviços caiu 7,8% no acumulado de 2020, em relação ao ano anterior, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), do IBGE. Essa queda foi puxada principalmente pelas atividades de serviços prestados às famílias, que inclui os restaurantes (-35,6%), além de alojamento e alimentação (-36,6%) e transporte aéreo (-36,9%).
No entanto, o movimento era de melhora no setor neste início do ano. Até abril, os serviços cresceram 3,7% no acumulado do ano. O bom resultado interrompeu três quadrimestres consecutivos de taxas negativas.
No segmento de bares e restaurantes, o desempenho econômico deu algum fôlego aos empresários. Tanto que o Índice de Consumo em Restaurantes (ICR), da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), em parceria com a Alelo, teve em janeiro de 2021 os melhores percentuais da pandemia em volume e valor de vendas na comparação com o mesmo mês de 2019. Em relação a janeiro de 2019, foram registradas retrações de 39,7% em volume e 22,9% em valor.
A situação ficou mais difícil entre março e abril, com o avanço de uma nova onda do coronavírus no País. Com isso, houve novas restrições e menos pessoas consumindo em bares e restaurantes. O ICR de abril então teve quedas mais acentuadas, com -51,4% em volume e -33,2% em vendas, na comparação com abril de 2019.
Já de acordo com a PMS, o volume das atividades de serviços prestados às famílias tiveram um recuo de 28% em março deste ano, frente ao mês anterior de fevereiro. Em abril viu-se uma melhora, com crescimento de 9,3% em relação a março.
A Abrasel ainda analisa esse momento pelo percentual de proprietários de bares e restaurantes operando em prejuízo. Em março de 2021, 82% tiveram prejuízo, número muito maior que os 66% registrados em janeiro deste mesmo ano. Mas em abril a situação já foi um pouco menos grave, quando 77% dos empresários revelaram trabalhar com prejuízo.
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Perspectiva de melhora para bares e restaurantes no segundo semestre
Depois dessa onda da pandemia, o segmento de bares e restaurantes, assim como o setor de serviços, dá sinais de recuperação. Prova disso é que o setor fechou maio com um saldo positivo de postos de trabalho, somando 110.956 vagas com carteira assinada, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Prorrogações e novos empréstimos do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), junto às demais linhas de crédito já disponíveis para empresários e à nova rodada do Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm) também devem beneficiar o segmento.
Mas é do avanço da vacinação contra a Covid-19 que vem as melhores perspectivas para a retomada econômica de bares e restaurantes. Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, vê a partir disso um recuo da pandemia no Brasil e o consequente aquecimento do consumo.
De acordo com Solmucci, já se percebem alguns indícios positivos no aumento do ticket médio e nas contratações que estão sendo feitas pelas empresas. Otimista, a Abrasel aposta em um segundo semestre de 2021 com o mesmo patamar de consumo que o observado em 2019. O impulsionamento começaria a partir de julho.
Já o Sebrae é um pouco mais cauteloso e aponta outubro como o ponto de virada para o segmento. Até o final desse mês, dois terços da população brasileira já deve estar imunizada com duas doses, se não houver atrasos no calendário de vacinação.
A recuperação de bares e restaurantes viria em seguida à de comércio de alimentos, logística, negócios pet, oficinas, construção, indústria de base tecnológica, educação, saúde e bem-estar e serviços empresariais. Mas deve acontecer antes dos mercados de beleza, turismo e economia criativa.
Até 1º de setembro deste ano, 9,5 milhões de pequenos negócios no Brasil podem retornar ao nível pré-pandemia, de acordo com a projeção do Sebrae.
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