O Governo de Santa Catarina autorizou no dia 22 de junho o repasse de R$ 5,5 milhões para o Aeroporto Carlos Alberto da Costa Neves, no município de Caçador, localizado no meio-oeste de Santa Catarina. O investimento é destinado à execução do reperfilamento da pista, melhorando assim a qualidade da infraestrutura, para manter as operações atuais e possibilitar o retorno da aviação comercial.
O Aeroporto de Caçador opera cerca de 250 voos por mês e atende a região do Contestado com aviação geral, voos executivos, táxi aéreo, transporte de pacientes e serviços de segurança pública.
Nos últimos anos, o município de Caçador deixou de ser o mais populoso da região. De acordo com o Censo Demográfico de 2022, realizado pelo IBGE, existem 74.105 caçadorenses, enquanto Concórdia já soma 81.625 habitantes. Nesse sentido, a população de Caçador pouco mudou desde o Censo de 2010, quando contava com 70.762 moradores.
No entanto, a cidade continua sendo importante não só para o meio-oeste catarinense, como também para todo o Estado. Acompanhe os destaques com o Negócios SC!
Formação da economia de Caçador
Como é usual na história do Brasil, as terras do interior tiveram um desenvolvimento posterior ao do litoral. A localidade hoje conhecida como Caçador só começou a desenvolver-se de fato com a construção em território catarinense da estrada de ferro que ligava os estados de São Paulo e Rio Grande do Sul.
Então, com a inauguração da estação ferroviária de “Rio Caçador”, vieram os imigrantes à procura de terras férteis a partir de 1910. Contudo, o município de Caçador só foi criado em 22 de fevereiro de 1934, após conquistar a independência de Campos Novos e, pouco depois, de Curitibanos.
Nesse meio-tempo, a área foi palco da Guerra do Contestado entre 1912 e 1916, motivada pela contestação da doação das terras ao longo da estrada de ferro. Esse território era rico em erva-mate e madeira, material este que impulsionaria a economia de Caçador nas décadas seguintes.
Nos anos de 1940, por exemplo, o município chegou a ser conhecido como a Capital Brasileira da Madeira, tornando-se também o maior produtor de pinho da América do Sul. Mas a exploração logo levou ao esgotamento da reserva natural de pinhais, na década de 1960, obrigando a diversificação econômica local. Além do reflorestamento de pinus, a economia de Caçador voltou-se ao couro e à agricultura, entre outras atividades.
Essa transição marca não apenas a história de Caçador, como o presente da cidade. As maiores empresas caçadorenses encontram-se justamente nesses ramos e hoje levam a região à frente.
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Principais atividades econômicas de Caçador
A economia de Caçador gerou um PIB de R$ 3,97 bilhões no ano de 2020, de acordo com os dados do IBGE. Cerca de 42% desse produto interno bruto veio da indústria, sendo o setor com maior participação na geração da riqueza municipal.
Embora já não seja a Capital Brasileira da Madeira, ainda é a capital da indústria do meio-oeste catarinense e os produtos relacionados a madeira e papel compõem a maior parte do valor adicionado à economia de Caçador. Segundo os números da Secretaria da Fazenda de Santa Catarina, essas atividades geram bilhões de reais no município.
Principais atividades de Caçador por valor agregado:
- Fabricação de produtos de madeira, cortiça e material trançado, exceto móveis: R$ 1,1 bilhão.
- Fabricação de embalagens de papel, cartolina, papel-cartão e papelão ondulado: R$ 631 milhões.
- Produção primária: R$ 239 milhões.
- Desdobramento de madeira: R$ 226 milhões.
- Transporte rodoviário de carga: R$ 181 milhões.
- Fabricação de papel, cartolina e papel-cartão: R$ 174 milhões.
- Curtimento e outras preparações de couro: R$ 140 milhões.
- Produção florestal: R$ 136 milhões.
- Fabricação de produtos de material plástico: R$ 136 milhões.
- Geração, transmissão e distribuição de energia elétrica: R$ 131 milhões.
Graças aos produtos de madeira e couro, a economia de Caçador é a quinta maior exportadora entre os municípios catarinenses no acumulado de 12 meses até maio de 2023. As vendas para o exterior chegaram a 384,8 milhões de dólares no período, conforme aponta o portal Comex Stat.
Além disso, na agricultura, o município destaca-se pela produção de tomate e de uvas. Como revela o IBGE, Caçador é o maior produtor de tomate em Santa Catarina e o segundo maior de uvas no Estado.
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Economia de Caçador é impulsionada por grandes empresas
O Observatório da Junta Comercial do Estado de Santa Catarina mostra que existem 8.370 empresas ativas em Caçador. Inclusive, algumas delas estão entre as maiores do Sul do Brasil.
Elas naturalmente estão inseridas nas atividades de maior valor agregado para o município. Exemplos disso incluem os negócios:
- Primo Tedesco S.A.: presente desde 1939, atua na divisão de celulose e papel e na divisão de sacos industriais;
- Adami S/A Madeiras: responsável por quase um quinto do abastecimento da região Sul;
- Guararapes Painéis: quarta maior produtora de MDF do País;
- Viposa S/A: produz couros e manufaturados, com presença global;
- Sincol: fabrica portas e diversos outros produtos de madeira, além de atuar como reflorestadora.
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