Na noite dessa quinta-feira, 23 de junho, o Porto de Navegantes, da empresa Portonave, foi um dos vencedores na terceira edição do Prêmio Portos + Brasil. A distinção é entregue pelo Ministério da Infraestrutura e, além de avaliar o setor, tem o objetivo de estimular a procura pela excelência na gestão dos portos brasileiros.
A Portonave foi reconhecida na categoria “Crescimento da movimentação TUP” (Terminal de Uso Privado), como líder na movimentação de contêineres.
Além desse exemplo, os demais portos de Santa Catarina têm um papel fundamental para o desenvolvimento estadual. A FIESC aponta que, apenas em 2020, os portos de Imbituba, Itajaí, Itapoá, Navegantes e São Francisco do Sul movimentaram 51,7 milhões de toneladas e tiveram um valor transacionado na casa de 24,2 bilhões de dólares, representando 6,6% do total brasileiro naquele ano. Depois disso, o sistema portuário catarinense ainda vem superando sucessivos recordes no comércio exterior.
Dada essa importância para a economia do Estado, conheça a seguir mais números dos portos catarinenses.
Os portos de Santa Catarina em dados
Porto de Imbituba
O porto de Imbituba existe desde meados de 1880. Ao longo de sua história, foi responsável sobretudo pelo transporte de carvão, considerando sua localização perto da região carbonífera do Sul de Santa Catarina. Com o passar do tempo e sucessivas ampliações, hoje a estrutura conta com quatro berços de atracação e sete terminais para contêineres, fertilizantes, granéis agrícolas, granéis líquidos, granéis sólidos, entre outras cargas.
Em 2021, o porto de Imbituba bateu recorde de movimentação: por ali passaram 6,875 milhões de toneladas. Isso representa um crescimento de 17,2% em relação ao ano anterior. Agora no primeiro semestre de 2022 já foram transportadas 3,378 milhões de toneladas.
O porto de Imbituba é administrado atualmente pela SCPAR, sociedade de economia mista do Governo de Santa Catarina. Neste ano, ele ficou em primeiro lugar no ranking de eficiência entre os portos do Brasil, no quesito operação de contêineres, segundo o Container Port Performance Index (CPPI). O ranking é elaborado pelo Global Transport Practice, do World Bank Group, em parceria com a divisão Maritime, Trade and Supply Chain da S&P Global Market Intelligence.
Porto de Itajaí
Existem relatos do Porto de Itajaí desde o século 19, mas a construção como a conhecemos hoje foi iniciada em 1938. A estrutura conta com dois berços de atracação de 535 metros de extensão e integra o Complexo Portuário de Itajaí, que inclui: Portonave, Terminal Portuário Braskarne, Trocadeiro Terminal Portuário, Poly Terminal S/A e Teporti Terminal Portuário Itajaí S/A.
O Complexo também registrou recorde histórico de movimentação no último ano. Foram 18,945 milhões de toneladas em 2021, uma alta de 21% frente a 2020. Só no Porto de Itajaí foram movimentadas 5,974 milhões de toneladas em 2021.
A administração do porto é feita pelo próprio município, por meio da Superintendência do Porto de Itajaí. Além do transporte de cargas diversas, a estrutura é um importante ponto de parada dos cruzeiros que atracam em Santa Catarina.
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Porto de Itapoá
As obras do Porto de Itapoá, no litoral norte do Estado, começaram em 2007. Quatro anos depois, a estrutura recebeu o primeiro navio. Hoje ela conta com dois berços de atracação, de 800 metros.
Há um projeto para expansão do Porto de Itapoá, previsto para ser concluído até o fim de 2023. Com isso, a capacidade de movimentação anual deve aumentar de 1,2 milhão de TEU — unidade de medida equivalente a um contêiner de 20 pés — para 2 milhões de TEUs.
O porto de administração privada movimentou 498 mil contêineres no acumulado de 2021, o que o estabelece como o quinto maior do gênero no Brasil. O resultado é 13,1% maior do que o registrado em 2020.
Porto de Navegantes
O Porto de Navegantes, administrado pela Portonave, é o maior movimentador privado de contêineres do Brasil. Em 2021, por ali passaram 1,126 milhão de TEUs e 12,614 milhões de toneladas. Esse desempenho significa um aumento de 29% em contêineres e de 33% na tonelagem, em comparação com 2020.
A Portonave começou a operar em 2007 e sua estrutura apresenta três berços de atracação, em um cais linear de 900 metros, e 50 mil metros quadrados de área para armazenagem. Como destaca Dagmara Spautz, “cargas frigorificadas, madeira, carvão, máquinas, materiais elétricos e produtos químicos orgânicos estão entre os produtos movimentados em Navegantes”.
Porto de São Francisco do Sul
Assim como o Porto de Imbituba, o Porto de São Francisco do Sul é administrado pela SCPAR e tem uma tradição centenária. O primeiro projeto data de 1921.
A estrutura tem sete berços de atracação de navios. Além disso, o porto forma um complexo com o Terminal Babitonga, de iniciativa privada, com cais de 225 metros.
O Porto de Imbituba foi outro exemplo do sistema portuário de Santa Catarina que registrou recorde em 2021. Ele atuou no transporte de 13,6 milhões de toneladas no ano, o que representa um aumento de 14% em relação a 2020. Isso o coloca como o sétimo maior porto público em movimentação de carga no Brasil e o primeiro em Santa Catarina.
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Outros portos de cargas catarinenses
O sistema portuário catarinense ainda conta com o Porto de Laguna, cuja principal atividade é a operação com pescados.
Nos próximos anos, Santa Catarina deve ganhar mais uma estrutura portuária: um novo porto privado em Itapoá. O projeto é encabeçado pela Coamo, cooperativa agroindustrial, e está em fase de elaboração do estudo de impacto ambiental.
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