Competitividade nos negócios é sempre uma característica desejada. Em primeiro lugar, ela fornece parâmetros para as empresas melhorarem suas operações, com redução de custos e aumento dos retornos. Então, quando tais organizações conseguem superar no todo ou em parte as demais competidoras, elas têm o que se chama “vantagem competitiva”.
Se ampliarmos essa visão, a competitividade dos estados e países também é importante. Afinal, eles competem entre si por investimentos, atração de negócios e trabalhadores qualificados, e venda para outros mercados.
Desde 2011, o Ranking de Competitividade dos Estados avalia essa questão dentro do território brasileiro, levando em conta 10 pilares e 86 indicadores. O objetivo é fornecer ao setor público métricas para nortear e medir ações no âmbito da sustentabilidade — econômica, social, ambiental e de governança.
Agora em 2022, Santa Catarina aparece pelo sexto ano consecutivo no segundo lugar do ranking, incluindo as notas máximas em três dos pilares analisados. Já São Paulo mantém-se na primeira posição geral há 11 edições. Veja mais detalhes a seguir!
Como é avaliado o Ranking de Competitividade dos Estados?
O Ranking de Competitividade dos Estados foi concebido pelo Centro de Liderança Pública e, a partir de 2021, passou a ser de responsabilidade integral da Tendências Consultoria Integrada.
A avaliação de 2022 baseia-se em dez pilares com pesos diferentes entre si para a nota final, conforme o impacto na competitividade. Segurança pública, infraestrutura e sustentabilidade social, por exemplo, garantem estabilidade para negócios e pessoas, além de maior dinamismo para a economia, e por isso têm uma representação maior.
Estes são os dez pilares com seus respectivos pesos:
- Segurança pública: 13,3%
- Infraestrutura: 12,5%
- Sustentabilidade social: 12%
- Solidez fiscal: 11,5%
- Educação: 11,4%
- Sustentabilidade ambiental: 8,8%
- Eficiência da máquina pública: 8,2%
- Capital humano: 8,1%
- Potencial de mercado: 7,3%
- Inovação: 7%
Cada pilar então se desdobra em diversos indicadores. Por exemplo, em infraestrutura, temos a avaliação de questões como a qualidade das rodovias, o custo de combustíveis, a qualidade do serviço de telecomunicações, o acesso à energia elétrica, entre outros.
Isso significa que o Ranking de Competitividade dos Estados é flutuante. Enquanto algumas unidades federativas melhoram em certos quesitos, outras avançam em diferentes áreas, o que impacta a classificação. Mas isso também quer dizer que um Estado pode subir na escala sem necessariamente investir mais, somente por outros reduzirem investimentos.
Apesar dessa fluidez, Santa Catarina permanece na segunda posição do Ranking de Competitividade dos Estados há seis anos por manter ótimos desempenhos nos três pilares de maior peso. Os catarinenses aparecem em primeiro lugar em segurança pública e sustentabilidade social, além de segundo em infraestrutura.
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O desempenho de Santa Catarina em 2022
Como destaca o relatório de 2022: “A competição saudável faz com que Estados e Municípios busquem melhorar seus serviços públicos, atraindo empresas, trabalhadores e estudantes para ali viverem e se desenvolverem social e economicamente”. Portanto, o segundo lugar geral de Santa Catarina destaca, mais uma vez, o potencial atrativo do Estado.
Em infraestrutura, quesito em que Santa Catarina aparece em segundo lugar, o território catarinense registrou importantes avanços. Melhorou na classificação de praticamente todos os indicadores desse pilar, com exceção da qualidade do serviço de telecomunicações (perdeu nove posições aqui) e do custo da energia elétrica (perdeu quatro posições).
Em sustentabilidade social e segurança, Santa Catarina continua sendo referência nacional, tanto que ocupa as primeiras posições em tais pilares. Contudo, ainda precisa melhorar especialmente nos indicadores de acesso ao saneamento básico — água (aparece apenas na 15ª posição), equilíbrio racial (18ª posição) e mortalidade no trânsito (16ª posição).
Santa Catarina ainda se manteve no quarto lugar da sustentabilidade ambiental. Entre os feitos positivos, melhorou seu posto nos indicadores de desmatamento, perda de água e, sobretudo, destinação do lixo e recuperação de áreas degradadas. Mas, por outro lado, perdeu doze lugares no fator emissões de gás carbônico, o que requer atenção.
Enquanto isso, o potencial de mercado catarinense é também o quarto melhor do Brasil, subindo três degraus em relação ao último ranking. A taxa de crescimento estadual teve o maior peso nesse desempenho.
Para completar, mais um quarto lugar, desta vez em inovação. Aqui, Santa Catarina perdeu o lugar no pódio para o Paraná devido a quedas relativas no número de patentes e de projetos inovadores. Em compensação, o Estado cresceu nos investimentos públicos em pesquisa e desenvolvimento e na oferta de bolsas de mestrado e doutorado
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Pilares para aumentar a competitividade de Santa Catarina
A educação catarinense acabou perdendo um lugar no Ranking de Competitividade dos Estados, de segundo para terceiro. Além da perda de sete posições no indicador de avaliação da educação, o Estado recuou dois degraus na taxa de atendimento ao ensino infantil, que tem o maior peso na nota final desse pilar.
Solidez fiscal e eficiência da máquina pública são dois pilares que dizem respeito à administração pública e ao poder judiciário. De um lado, temos o Estado mais eficiente do Brasil, com um grande avanço em eficiência e produtividade do judiciário, mas a 20ª posição no indicador de gasto com pessoal coloca Santa Catarina apenas no 15º lugar de solidez fiscal.
Já o pilar de capital humano registrou a avaliação mais baixa do Estado. Santa Catarina aparece na 24ª posição em 2022, depois de perder nove postos em relação ao ranking anterior. O custo de mão de obra permanece o maior entrave à nota catarinense, já que aqui está a quarta mão de obra mais cara do Brasil.
No entanto, cabe ressaltar que Santa Catarina tem uma vocação para desenvolver produtos e serviços com maior valor agregado, o que exige talentos mais qualificados. Por exemplo, o Estado tem o segundo maior número de startups no País, de acordo com a Abstartups. Portanto, quanto maior o nível de qualificação exigido, maior será também o custo de mão de obra.
Recapitulando o desempenho de Santa Catarina no ranking 2022:
- Segurança pública: 1º
- Infraestrutura: 2º
- Sustentabilidade social: 1º
- Solidez fiscal: 15º
- Educação: 3º
- Sustentabilidade ambiental: 4º
- Eficiência da máquina pública: 1º
- Capital humano: 24º
- Potencial de mercado: 4º
- Inovação: 4º
Diante disso, um maior foco na educação e na solidez fiscal de Santa Catarina podem aumentar ainda mais a competitividade do Estado. Mas mesmo nos pilares em que o desempenho catarinense foi destaque é possível melhorar, com atenção aos indicadores que tiveram baixa em 2022. Assim, este continuará sendo um dos melhores lugares do Brasil para atrair empresas e pessoas para fazer a economia crescer ainda mais.
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