A sustentabilidade ambiental é um dos pilares das práticas de ESG e também um diferencial nos negócios. Isso porque o consumidor, além de tomar atitudes mais conscientes de consumo, espera das marcas um maior nível de responsabilidade nesse aspecto.
Por exemplo, um estudo da Unilever revela que 85% dos brasileiros se sentem melhores quando compram produtos sustentáveis. Já a Futerra aponta que, a cada 100 consumidores, 88 desejam que as empresas os ajudem a ter maior sustentabilidade no dia a dia.
Mas não basta colocar um selo verde nas embalagens para demonstrar o cuidado ambiental, prática muitas vezes associada ao greenwashing. Ou seja, quando o discurso é ecológico, enquanto as práticas estão longe disso.
Aí entra a importância de adotar uma economia circular nos negócios para serem verdadeiramente sustentáveis. Saiba mais a respeito a seguir!
O que é economia circular?
A economia circular é um conceito que abrange diferentes etapas da produção, consumo e destinação de produtos utilizados para reduzir o impacto ambiental da ação humana. Ela é um contraponto à economia linear que, no longo prazo, coloca tanto a sociedade quanto a própria economia em risco.
Essa economia linear é o padrão de produção atual em que:
- Retiram-se os recursos naturais.
- A indústria os transforma em produtos.
- Os consumidores os utilizam.
- Os produtos são descartados e substituídos por novos.
Isso traz um duplo impacto negativo sobre o ambiente. Primeiro, porque os recursos vão se tornando mais escassos — até para a própria indústria. E, em segundo lugar, porque o descarte aumenta a cada ano, levando a uma maior ocupação de espaço e à poluição.
Para se ter uma ideia, dados do Panorama dos Resíduos Sólidos do Brasil 2020 informam que a geração de lixo no País aumentou de 66,7 milhões de toneladas em 2010 para 79,1 milhões em 2019.
A economia circular se opõe ao modelo linear porque busca uma melhor gestão dos recursos naturais por meio do aproveitamento dos recursos de forma mais eficiente e do reaproveitamento deles dentro da própria indústria. É um modo mais natural de produzir, já que na natureza tudo funciona em ciclos, sem um fim aparente, sem resíduos.
Portanto, a economia circular segue um modelo mais complexo:
- É usado o mínimo de recursos naturais.
- Produtos são desenvolvidos para durarem e serem reaproveitados.
- O consumidor reusa mais, compartilha mais e dá novas funções aos produtos.
- Pouco é descartado, enquanto a maioria dos produtos volta para a indústria.
- A indústria então transforma os produtos usados em novos bens.
Mas, apesar dessa complexidade, a economia circular é positiva para os negócios.
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Economia circular vai além da reciclagem
Como vimos, a economia circular propõe um modelo diferente de produção e consumo. Nela, a reciclagem é um dos últimos recursos empregados para evitar o descarte.
Antes da reciclagem aparecem:
- o reuso;
- a reforma;
- o reaproveitamento;
- e a remanufatura.
Por exemplo, uma blusa seria usada por mais tempo, então seria restaurada sempre que possível, poderia até mesmo virar outros itens e, só depois, o tecido voltaria à indústria para se tornar uma nova peça. Ou, no caso de um eletrônico, ele voltaria à empresa que o fabricou para compor novos itens.
Mas a economia circular começa, de verdade, na seleção de fornecedores ecologicamente responsáveis, na utilização consciente e reduzida de recursos naturais e na elaboração de produtos que possam ser reaproveitados pelo consumidor ou pela indústria. Ou seja, é preciso trabalhar com materiais e designs que possam ganhar uma nova vida com facilidade.
Então, vem todo um processo de otimização da produção para evitar desperdícios e de logística verde. Isto é, de investir em embalagens e transportes menos poluentes, de fazer logística reversa para trazer os produtos usados de novo para a fábrica, ou de facilitar a destinação adequada dos produtos.
Para ser um negócio sustentável de verdade, é preciso que toda a operação seja construída a partir da procura pela sustentabilidade.
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Sustentabilidade é boa para os negócios
O esforço em prol da economia circular, além de preservar e regenerar o ambiente, ainda é bom para as empresas que adotam esse princípio.
Como vimos no início, o consumidor está atento às questões ambientais, portanto praticar a economia circular pode ajudar os negócios a atrair clientes e fidelizá-los. A marca se torna mais forte, mais atrativa para investimentos e mais satisfatória para os trabalhadores.
Além disso, um estudo da McKinsey já demonstrou que adotar medidas da economia circular podem aumentar o desempenho e reduzir custos em todas as indústrias analisadas.
Esse talvez seja um argumento pouco difundido a favor desse modelo de produção. A sustentabilidade não visa somente à melhor utilização dos recursos naturais, mas também dos recursos financeiros dos negócios. Afinal, um dos efeitos positivos é a menor dependência da compra de novos materiais para a fabricação.
Por isso, vale repensar sua forma de produzir, transportar e comercializar produtos. Para saber mais sobre sustentabilidade nos negócios, veja agora insights sobre ESG em um material gratuito para baixar.