A indústria brasileira tem passado por um período desafiador em 2023, mas vem se recuperando aos poucos. No acumulado de janeiro a agosto deste ano, o setor registrou uma queda de 0,3% na produção industrial frente ao mesmo intervalo de 2022, segundo a Pesquisa Industrial Mensal, do IBGE.
Já em Santa Catarina, a indústria atravessa uma montanha-russa. Foram quatro meses de baixa em 2023 (janeiro, março, maio e julho), com outros quatro de alta (fevereiro, abril, junho e agosto).
Apesar do desempenho ainda negativo no geral, o setor dá mostras de recuperação. Por exemplo, o Estado registrou uma produção industrial de -4,1% no primeiro trimestre do ano, na comparação com o mesmo período de 2022. Então, no acumulado até agosto, o resultado foi de -3,1%.
Veja outros dados relevantes sobre a indústria de Santa Catarina a seguir!
A produção industrial em Santa Catarina
Como destaca Estela Benetti no NSC Total, a indústria foi o setor da economia catarinense mais afetado pela inflação e pela elevada taxa de juros, cuja primeira redução em 2023 ocorreu somente no início de agosto.
Inclusive, o Estado vem sentindo maiores dificuldades para retomar o crescimento do setor, se comparado à média nacional. Os dados do IBGE mostram que o Brasil teve alta na produção industrial de 0,5% em agosto deste ano, na comparação com o respectivo mês de 2022, e um desempenho acumulado de -0,3% entre janeiro e agosto. Enquanto isso, a indústria de Santa Catarina registrou índices de 0,2% e -3,1%, respectivamente.
Mas, em agosto, a produção de algumas categorias industriais no Estado conseguiu surpreender positivamente. As maiores altas foram lideradas pelos grupos de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (14,7%), produtos de borracha e de material plástico (13,8%) e produtos químicos (12,1%), em relação a agosto de 2022.
Por outro lado, segmentos importantes para a economia catarinense tiveram quedas expressivas nesse mesmo comparativo. Exemplos disso são os grupos de móveis (-23,1%) e confecção e vestuário (-15,6%).
A boa notícia é que o Índice de Confiança do Empresário Industrial voltou ao patamar de otimismo em setembro, de acordo com os dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e do Observatório FIESC. Desde novembro de 2022 o indicador não atingia essa marca.
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Setores em que a indústria de Santa Catarina é líder
O Observatório FIESC traz outros dados interessantes sobre o setor industrial catarinense. O levantamento aponta que a indústria de transformação do Estado ultrapassou a do Rio de Janeiro na capacidade produtiva, assumindo a quinta posição nacional. A participação chegou a 6,6% do total brasileiro.
Com base nas informações do Valor Bruto da Produção industrial (VBPI) e da Pesquisa Industrial Anual (PIA) de 2021, avaliados pelo IBGE, a indústria de Santa Catarina ainda aparece como líder nacional em diferentes segmentos.
O Estado é líder de produção nas seguintes atividades:
- indústria de confecção do vestuário;
- atividades de acabamentos em fios, tecidos e têxteis;
- fabricação de tecidos de malha;
- embarcações;
- eletrodomésticos;
- geradores, transformadores e motores elétricos;
- desdobramento de madeira.
No caso de fios, tecidos e têxteis, assim como na produção de tecidos de malha, a indústria de Santa Catarina chega a ser responsável por 55% da produção brasileira.
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Empregos na indústria catarinense
A recuperação do setor é muito importante para o Estado porque, mesmo no cenário adverso de 2023, a indústria catarinense acumula um saldo positivo na geração de empregos neste ano.
Das 70.450 novas carteiras assinadas entre janeiro e agosto em Santa Catarina, a indústria foi responsável por 16.989 delas. Os dados são do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged).
Em agosto, o setor conseguiu reverter uma tendência de queda que vinha desde o início do ano. Após um ritmo cada vez menor de novos empregos na indústria, os meses de junho e julho tiveram até mesmo um saldo negativo. No entanto, agosto interrompeu esse ciclo, com a abertura de 953 postos de trabalho.
A construção foi outro destaque na geração de empregos no mês, incluída pela FIESC no setor da indústria. Ela gerou 1.409 novos postos formais de trabalho em agosto e 12.053 no acumulado de 2023. O impulso veio principalmente de obras de infraestrutura, como a construção de rodovias e a melhoria na distribuição de energia elétrica no Estado.
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