O novo coronavírus forçou empresas de todos os portes e segmentos a reinventar seus negócios. Uma das principais mudanças, inclusive, foi no próprio funcionamento delas. De repente, o trabalho remoto — incluindo aí a modalidade home office — deixou de ser um diferencial e se tornou uma urgência para as organizações.
Mas o que acontecerá com essa experiência de trabalhar remotamente depois da pandemia? As empresas voltarão ao modelo antigo ou o trabalho remoto é de fato o caminho do futuro? Confira as respostas a seguir.
O que é trabalho remoto? O que é home office?
Antes de tudo, é importante destacar que trabalho remoto e home office não são sinônimos. Embora ambos os conceitos se refiram a pessoas que trabalham fora de um escritório da empresa, são duas definições diferentes.
- Trabalho remoto ou teletrabalho: são atividades não presenciais no escritório de uma empresa. São exemplos de trabalhadores remotos aqueles executam tarefas de campo na maior parte do tempo, como vendedores viajantes, ou até mesmo autônomos que preferem trabalhar em um coworking em vez do próprio lar.
- Home office: é uma modalidade do trabalho remoto em que a casa é o escritório. Em um contexto de quarentena ou distanciamento social, ganhou relevância devido à impossibilidade de os trabalhadores usarem espaços públicos para realizar suas tarefas.
Para aquelas profissões que exercem atividades de campo, pouco ou nada mudará depois que a pandemia for controlada. Nosso interesse aqui é entender o futuro do trabalho remoto para os profissionais em home office e para os que prefiram, porventura, atuar em um ambiente compartilhado, mas ainda longe dos escritórios.
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As vantagens do trabalho remoto
Se pudermos ignorar por um momento o cenário de pandemia, o que leva alguém a querer trabalhar em home office ou em um ambiente propício mais perto de si?
Uma das principais razões, sem dúvida, é a economia de tempo com traslados de casa para o trabalho e do trabalho para a casa. Uma pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) revela que o brasileiro passa anualmente, em média, um mês e sete dias no trânsito. Em grandes centros urbanos como São Paulo, gasta 1 hora e 57 minutos por dia entre idas e voltas do trabalho.
Esse tempo poderia ser mais bem aplicado em vantagens para a qualidade de vida e produtividade do trabalhador. Por exemplo, um estudo de duas pesquisadoras suecas mostrou que a redução da carga horária de trabalho pode ser usada para atividades em prol da saúde, o que é capaz de aumentar a produtividade e reduzir ausências por doenças.
Com mais tempo para cuidar de si, a satisfação dos colaboradores tende a aumentar. Em um experimento ao longo de nove meses, isso se traduziu em um aumento em 13% no desempenho e em uma queda de 50% nos pedidos de demissão por parte dos funcionários avaliados.
Em suma, tanto empresas quanto empregados podem atestar as vantagens do trabalho remoto.
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O futuro do trabalho é à distância
Voltando ao cenário da pandemia, ela acelerou essa tendência que já estava em andamento. Segundo a pesquisa Home Office, realizada a cada dois anos pela Sociedade Brasileira de Teletrabalho e Teleatividades (Sobratt), há uma evolução nesse sentido. Entre 2016 e 2018, houve um crescimento de 22% no número de empresas que adotam o trabalho remoto.
São mencionados como os principais objetivos para a adoção dessa prática:
- Melhoria na qualidade de vida: 70%
- Diminuição do tempo no trânsito: 63%
- Concessão de benefícios: 47%
- Atração e retenção de talentos: 47%
- Redução de despesas com espaço: 36%
No entanto, a maioria das oportunidades de trabalho à distância nas empresas está limitada a níveis específicos, como executivos, diretores, coordenadores e supervisores. O desafio do meio corporativo é democratizar as opções de home office e outras formas de teletrabalho.
Ao que tudo indica, esse é um caminho definitivo. O período de distanciamento social foi a prova de fogo que o trabalho remoto precisava para demonstrar suas vantagens e deixar sua marca no novo normal. Desse modo, a McKinsey estima que as empresas possam economizar até 30% com imóveis ao longo do tempo.
Prova disso é que 74% das multinacionais presentes no Brasil pretendem continuar com essa prática, de acordo com um estudo da Cushman & Wakefield, e a cada dia esse movimento ganha maior adesão. Nele se encontram grandes companhias nacionais, como o caso da XP Investimentos, divulgando que planejam adotar o trabalho remoto permanentemente até as startups catarinenses com times enxutos apontando na mesma direção.
Mas isso exigirá das empresas cuidados diferentes com relação aos colaboradores. Se existem diversas vantagens no trabalho remoto, ele também pode ser mais estressante que ficar no escritório, segundo uma pesquisa da Airtasker. De um lado, é preciso que as organizações tenham processos bem definidos sobre quando e como o trabalho será feito, além de investir nos recursos necessários para isso; de outro, os trabalhadores precisarão desenvolver técnicas próprias para lidar com as distrações e manter o foco, preservando assim o equilíbrio entre home e office quando atuarem de casa.
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