O consumo de televisão na era dos serviços de streaming

13/10/2020

Comunicação

O consumo de televisão na era dos serviços de streaming

A maior procura por conteúdo e entretenimento tem sido um comportamento bastante destacado durante a pandemia. Essa é uma boa hora, então, para analisarmos o consumo de televisão comparado ao de serviços de streaming. Incluem-se aí serviços por assinatura de vídeo como Globoplay, Netflix, Amazon Prime, entre outros.

Considerando que 99% dos brasileiros assistem a algum formato de vídeo, de acordo com dados de Kantar IBOPE MEDIA, vejamos se essa busca do público tem sido uniforme na TV e nos serviços de vídeo sob demanda. Como se comporta o consumo de televisão em relação à internet? A qual meio o brasileiro dá preferência? Confira as respostas a seguir.

A televisão e a assinatura de vídeo na pandemia

O consumo de vídeo aumentou como um todo, tanto na TV quanto nos serviços por assinatura. Contudo, o número de novos usuários de streaming de vídeo faz parecer que a preferência do público pende para este lado.

Vejamos o exemplo da Netflix, o serviço de vídeo por assinatura mais popular hoje. Nos seis primeiros meses de 2020, por causa da pandemia, foram registrados novos 26 milhões de usuários, de acordo com a própria Netflix. Em termos de comparação, em todo 2019 houve 28 milhões de novos usuários na plataforma.

Mas a televisão é medida de outra maneira. Não adianta medir o número de novos telespectadores porque a TV já está na quase totalidade dos lares, mais precisamente em 97% deles no Brasil, como revela o IBGE.

É preciso medir o consumo de televisão sob a perspectiva do tempo passado à frente da tela. Nesse sentido, calcula-se que o consumo mundial de TV aumentou 24% na pandemia. No Brasil, até entre o público jovem, mais conectado, foi registrado um aumento de 26%.

O crescimento se soma a um tempo já considerável que o brasileiro passa em frente ao televisor, resultando em recordes de audiência. Em média, ainda em 2019 eram consumidas 6 horas e 17 minutos de programação por dia.

Ou seja, se assinatura de vídeo cresceu na pandemia, a televisão não ficou por menos.

Leia também: Audiência da Globo aumenta o alcance das marcas na pandemia

Em meio a tantas opções de vídeo, o consumo de televisão é líder entre o público. (Foto via Freepik)

Consumo de televisão x serviços de streaming

Agora, como fica a comparação direta entre a TV e os diversos serviços de assinatura de vídeo?

Segundo o relatório Inside TV, de Kantar, o consumo de televisão é o preferido pelos brasileiros. No País, 62% dos espectadores declaram assistir exclusivamente à TV. Enquanto isso, apenas 4% deles são usuários exclusivos de serviços de vídeo sob demanda por assinatura (SVoD, na sigla em inglês). Mesclando os dois universos, ainda temos 30% do público.

Ao todo, são 92% de brasileiros consumindo televisão. Nos SVoD, esse percentual chega a 34%.

O consumo de TV no Brasil, por exemplo, é maior que o de vídeos no YouTube (comum a 64% dos brasileiros) e na Netflix (33%). Com isso, podemos concluir que a televisão lidera com folga a preferência nacional na busca por conteúdo em vídeo.

Leia também: O impacto da TV no engajamento das redes sociais

A TV é o centro das atenções

Outro dado relevante apontado pelo relatório Inside TV diz respeito à capacidade de o meio televisivo gerar debates na internet. Muito mais, inclusive, que os serviços de vídeo por assinatura que já são nativos digitais. A televisão resulta em 15 vezes mais impactos do que os SVoD.

Considerando apenas o Twitter, foram 19,6 bilhões de impressões referentes ao conteúdo da TV como resultado dessas conversas. Em comparação, os serviços de streaming por assinatura tiveram 1,3 bilhão de impressões.

Além disso, como destacado pelo vídeo “O que é TV?”, 97% dos tuítes sobre conteúdo mencionam programação televisiva. Assim, podemos dizer que a televisão ocupa o centro das atenções do público, inclusive no meio digital.

Aí está uma das razões para que negócios com foco digital busquem cada vez mais anunciar na televisão. Em 2019, por exemplo, houve um crescimento de 48% nas inserções de empresas nativas da internet. Ao todo, foram 15 mil novas marcas anunciando no meio televisivo ao longo do ano passado. 

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