O comportamento de consumo, especialmente o consumo no varejo, está mudando rapidamente. Para se antecipar a essas mudanças, as lideranças do setor precisam ficar atentas às tendências globais e regionais. Mas como diferenciar entre o que é tendência de verdade e o que é uma moda passageira?
De acordo com o Future Today Institute, tendências são formadas por necessidades e desejos reais vistos na organização do mercado e da sociedade, com fortes sinais de desenvolvimento. Podemos não saber ainda a manifestação concreta dessa tendência, ou a melhor solução que será oferecida para ela, mas consumidores e empreendedores já demonstram um interesse nesse sentido.
Partindo do ponto de vista do consumidor, podemos saber o que é tendência identificando o que ele deseja ao consumir, o que valoriza ou prefere evitar, quais são as aspirações econômicas e éticas ao comprar, como ele gosta de comprar, entre outros fatores. É justamente isso que o estudo “O futuro dos mercados consumidores”, da PwC, procurou analisar.
A seguir, apresentamos as cinco macrotendências levantadas nesse estudo.
5 tendências globais de consumo
1) A loja do futuro
“A loja do futuro será omnichannel, rica em experiências e vai mesclar os mundos físico e digital”, aponta a PwC.
A tecnologia continuará importante para a evolução do varejo, mas não só no comércio eletrônico, como também nas lojas físicas. Elas devem proporcionar experiências mais imersivas com produtos e serviços, além de tornar o processo de compra cada vez mais facilitado.
Outra expectativa é o crescimento do modelo D2C, ou direto para o consumidor, unindo os universos de produção e vendas.
Ainda sobre a loja do futuro, a PwC destaca os seguintes pontos:
- Smartphones e outros dispositivos podem enriquecer a experiência na loja física, reproduzindo as facilidades da compra on-line, especialmente no que diz respeito ao acesso a informações.
- O marketing deve tornar-se mais personalizado com o uso de geolocalização, inteligência virtual, sistemas de reconhecimento do consumidor e até sugestões baseadas no DNA de cada pessoa.
- As novas tecnologias de pagamento devem se consolidar, migrando o comportamento de vez para os pagamentos digitais.
- A automação não somente é capaz de otimizar o varejo, a exemplo do controle de estoque automatizado, como pode oferecer uma experiência diferenciada para o público. Este é o caso das entregas via drone.
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2) Relevância da marca
O consumidor está mais consciente do impacto do consumo, assim como do seu poder de influenciar empresas a adotar certa postura ou ação.
A expectativa com relação aos valores das marcas torna-se cada vez maior. Diante disso, para elas se manterem relevantes, deverão saber promover seus valores com clareza e trazer isso para o dia a dia dos negócios.
Nesse sentido, a sustentabilidade é um dos principais aspectos a ser observado: segundo uma pesquisa global da PwC, 55% dos consumidores declaram comprar de marcas que protegem o meio ambiente. Outros 31% são neutros nesse quesito e apenas 14% não refletem ou não sabem responder essa questão.
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3) Cadeia digital de suprimentos
A tendência de automação no varejo deve chegar também à cadeia de suprimentos. A ideia é que a digitalização dessa operação permita que a produção e o controle de estoque tornem-se autogerenciáveis.
Isso quer dizer que o comportamento de consumo é que decidirá o quanto um produto é necessário em determinado mercado. Na prática, o benefício é de produzir apenas o esperado para aquela região e momento, evitando desperdícios.
Por exemplo, digamos que uma mesma fábrica de móveis tenha dois centros de distribuição: em Santa Catarina e São Paulo. Então, o sistema digital conectado com o comércio eletrônico percebe que a demanda do consumidor no Sul tem crescido ao longo do tempo em maior percentual. Tal sistema, sozinho, pode determinar uma quantidade maior de produtos para o centro de distribuição em Santa Catarina antes que o mercado local enfrente qualquer demora na entrega por causa do aumento de pedidos.
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4) O futuro da alimentação
Dentro dessa macrotendência do futuro da alimentação, a PwC destaca três outras tendências: a produção local, a produção em massa e a personalização.
A preferência pela produção local já é de interesse de 50% do público pesquisado pela consultoria internacional. Mas a produção em massa ainda terá seu lugar devido aos fatores preço, consistência e disponibilidade. Já a personalização diz respeito à oferta de alimentos mais adequados a diferentes regimes alimentares, além da curadoria de produtos para gostos ou necessidades específicas em serviços como clubes de assinatura.
A busca por marcas mais alinhadas aos valores do consumidor também está presente aqui. Alimentos mais saudáveis e a sustentabilidade na cadeia de produção estão entre as expectativas do público moderno.
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5) Predominância das práticas ambientais, sociais e de governança corporativa
Cada vez mais, o valor de uma empresa deixará de ser medido apenas em termos de finanças, mas também da contribuição que ela dá ao bem-estar social.
Iniciativas globais, como o Acordo de Paris para a proteção climática e a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, ampliaram o debate sobre a urgência de governos e iniciativa privada pensarem no longo prazo do planeta. Isso gera cobranças tanto externas quanto externas nas empresas pela adoção de melhores práticas de ESG (ambientais, sociais e de governança).
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