É cada vez maior a demanda por cidades inteligentes, capazes de suportar um número elevado de habitantes e aumentar a qualidade de vida ao mesmo tempo.
De acordo com o Relatório Mundial das Cidades 2022, produzido pelo ONU-Habitat, a população urbana ao redor do globo deve aumentar em 2,2 bilhões de pessoas até 2050. Com isso, 68% da espécie humana viverá em centros urbanos.
No entanto, se considerarmos os efeitos do aquecimento global, as disputas por terras e os conflitos em diferentes partes do mundo, o deslocamento populacional pode ser ainda mais rápido.
Mas como as cidades inteligentes são capazes de impulsionar novas soluções urbanas e melhorar a qualidade de vida? É isso o que veremos a seguir, além da própria definição de smart city para facilitar a explicação. Acompanhe!
O que é uma cidade inteligente (smart city)?
A definição de cidade inteligente, ou smart city, refere-se a uma cidade conectada por diferentes tecnologias que auxiliam na gestão de recursos, serviços e infraestrutura urbana. Essas tecnologias de informação e comunicação incluem sensores para monitorar as mais diversas atividades no espaço urbano, a transmissão rápida de grandes volumes de dados possibilitada pelo 5G e a inteligência artificial para automatizar e otimizar a gestão.
Enquanto isso, a definição de smart city da McKinsey é muito próxima: cidades inteligentes adicionam inteligência digital ao ambiente urbano e as usam para resolver problemas públicos e alcançar uma maior qualidade de vida.
Mais ainda, a McKinsey considera três níveis de operação em uma cidade inteligente:
- Tecnologia de base: inclui um vasto número de smartphones e sensores conectados a redes de comunicação super-rápidas.
- Aplicações específicas: elas traduzem os dados capturados em ações e insights. Isso demanda um ambiente inovador, com fornecedores e desenvolvedores criando tais soluções para a smart city.
- Uso difundido: o resultado de qualquer tecnologia depende da adoção. Quanto mais pessoas realmente integrarem as soluções de uma cidade inteligente ao dia a dia, mais eficiente todo o sistema será.
Em Santa Catarina, Florianópolis é um dos exemplos de cidades mais inteligentes no Brasil, de acordo com o Ranking Connected Smart Cities 2022. No estudo desenvolvido pela Urban Systems, a capital catarinense aparece como a segunda cidade mais bem colocada na lista, atrás apenas de Curitiba, no Paraná.
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Cidades inteligentes são espaços urbanos perfeitamente conectados. (Imagem via Freepik)
Como as cidades inteligentes melhoram a qualidade de vida?
Descubra adiante cinco maneiras como viver em cidades mais conectadas pode melhorar a qualidade de vida dos habitantes.
1) Menos tempo no trânsito
Diferentes pesquisas mostram que os brasileiros passam, em média, de 21 a 32 dias no trânsito por ano. Ou seja, perde-se quase um mês em deslocamentos anualmente, o que afeta bastante a qualidade de vida.
Contudo, cidades inteligentes podem cortar o tempo de locomoção em 15% ou 20%, em média, conforme aponta a McKinsey. Elas fazem isso de diferentes maneiras:
- monitoramento em tempo real das condições de trânsito e da infraestrutura;
- implementação de fluxos de trânsito mais eficientes;
- redirecionamento de motoristas para otimizar o tempo;
- ajuste automático de sinaleiras conforme o horário;
- resposta imediata em caso de acidentes.
Além disso, estacionamentos conectados com a Internet das Coisas podem avisar o smartphone do motorista sobre vagas disponíveis, reduzindo o tempo necessário para estacionar.
2) Cidades inteligentes são mais sustentáveis
As smart cities fazem uma melhor gestão de recursos naturais, como água e eletricidade.
Um exemplo disso está na iluminação pública: a cidade de Barcelona, na Espanha, é conhecida por ter economizado 37 milhões de dólares anuais ao instalar sensores inteligentes nos postes de luz.
Já em relação à água, uma das maiores fontes de desperdício vem de vazamentos da tubulação pública. Sensores instalados nos tubos então podem reduzir as perdas em até 25%. Essa economia para a natureza é refletida em melhores condições de vida para a sociedade.
3) Maior segurança
Cidades inteligentes não são uma solução completa para a criminalidade, mas algumas experiências mostram como podem aumentar a sensação de segurança urbana. Uma melhor iluminação e a ampliação da vigilância já são capazes de reduzir o número de crimes em uma área.
Os sensores monitorando a infraestrutura da cidade também contribuem para a maior segurança das construções, no trânsito e diante de fenômenos naturais.
4) Mais cuidado com a saúde
O foco da cidade inteligente não está na tecnologia em si, mas em como isso pode contribuir para uma vida melhor. Ou seja, é o ser humano que está no centro da smart city.
O que a tecnologia pode ajudar é na identificação de riscos à saúde e no monitoramento de grupos mais sujeitos a determinados problemas. Por exemplo: se a população de um bairro tem uma maior incidência de diabetes que os demais da mesma região, o poder público pode desenvolver campanhas e políticas que previnam tal situação.
Outro cuidado importante com a saúde vem da melhor gestão do lixo e de resíduos. Tais elementos, se não corretamente destinados, tornam-se um problema sanitário e um risco para o surgimento de doenças.
5) Comunicação governamental mais transparente
Uma das principais características das cidades inteligentes é a transparência na relação entre o poder público e a população.
Prefeituras e secretarias passam a ser muito mais conectadas com o propósito de informar, orientar e tornar os serviços ao cidadão mais acessíveis. Inclusive, a publicação de diversas informações governamentais é obrigatória por lei. Saiba melhor sobre esse tema com nosso guia de publicidade legal e balanços.