Quando foi a última vez que você pagou por uma compra em dinheiro vivo? Esse gesto é cada vez mais raro e, se teve dificuldade de lembrar, é porque faz parte dos milhões de brasileiros que já aderiram aos pagamentos digitais.
O mercado financeiro no Brasil também está se modernizando de muitas outras formas. Uma das principais está relacionada às contas digitais, oferecidas por instituições financeiras 100% on-line.
Quer entender melhor essa transformação? O Negócios SC separou dados que revelam o panorama atual da adesão a contas e pagamentos digitais no Brasil. Fique por dentro!
Brasil lidera adesão a contas digitais no mundo
O Brasil, nos últimos anos, ampliou o acesso a serviços bancários para a população. De acordo com o Ranking Onboarding, da Idwall, o País contava em 2021 com um índice de bancarização na casa dos 84%, portanto acima da média mundial de 76%.
Contribuíram para esse crescimento os auxílios governamentais pagos durante a pandemia de Covid-19, a adesão aos pagamentos digitais e ao comércio virtual, além da ascensão dos bancos digitais.
No final de 2022, os brasileiros já possuíam, em média, 5,4 contas bancárias. E as contas digitais vêm ganhando cada vez mais a preferência: em 2019, apenas 4,1% dos usuários tinham exclusivamente esse tipo de conta, número que subiu para 13,5% depois de três anos.
Enquanto isso, o uso exclusivo de bancos tradicionais vai perdendo espaço no País. Sete em cada dez usuários utilizam ambas as opções, bancos digitais e tradicionais. Além disso, 44,45% do público têm os 100% digitais como instituição financeira principal.
A adesão às novas instituições financeiras é maior especialmente entre os brasileiros de até 30 anos e nas classes socioeconômicas C, D e E. Ou seja, entre os nativos digitais e aqueles que normalmente ficam à margem dos bancos tradicionais, sem acesso a crédito. Alternativas isentas de taxas, menor burocracia e mais agilidade para cadastro são outros pontos positivos da bancarização virtual.
Ao todo, são mais de 480 milhões de contas digitais abertas no Brasil. Segundo uma pesquisa da Finder, o País tem o maior número de adeptos desse modelo bancário no mundo.
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Oito em cada dez brasileiros conectados já pagaram com QR Code. (Imagem via Freepik)
Pagamentos digitais transformaram relação dos brasileiros com o dinheiro
A digitalização do mercado financeiro também chegou aos meios de pagamentos. Mas isso não quer dizer que os cartões de crédito e débito estejam sendo abandonados. Quem está perdendo lugar é o pagamento em dinheiro.
Dados da Fecomércio SC mostram, por exemplo, que a intenção dos catarinenses de usar dinheiro à vista na compra de presentes em datas comemorativas não passa de 1,8% do público. Até mesmo nas lojas físicas o cartão e o Pix são mais utilizados que o papel-moeda, segundo uma pesquisa da Opinion Box.
Enquanto isso, o volume transacionado via cartões teve um crescimento de 24,6% no Brasil, em 2022, frente ao ano anterior. A informação é da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). Foram R$ 3,31 trilhões movimentados no total. Só nas compras pela internet, o valor alcançou o patamar de R$ 700 bilhões.
Entretanto, no meio disso, o Pix continua a crescer no País. Em abril de 2023, o Banco Central informou que mais de 138 milhões de usuários pessoa física e de 12 milhões de usuários pessoa jurídica já trabalharam com um pagamento do tipo.
Pela primeira vez desde que o serviço entrou em vigor no Brasil, em novembro de 2020, ele superou em março de 2023 o número de 3 bilhões de transações por mês.
Nessa trajetória, a natureza da transação que mais tem evoluído é o pagamento de pessoa para empresa. Hoje, 28% das ações com Pix são em compras do tipo.
A pesquisa da Opinion Box ainda coloca o Pix como meio de pagamento preferido dos brasileiros, mencionado por 64% dos entrevistados. Ele vem logo à frente do cartão de crédito, com 59%.
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O uso de QR Code e aproximação do smartphone em pagamentos digitais
O smartphone tem sido um importante instrumento para pagamentos no Brasil e não somente para acessar contas digitais ou fazer Pix. Por meio dele, os brasileiros também podem pagar por aproximação ou por meio da leitura de QR Code.
De acordo com o “Panorama Mobile Time/Opinion Box – Pagamentos móveis e comércio móvel no Brasil”, de abril de 2023, 10% dos brasileiros conectados deixam com frequência a carteira em casa porque só realizam pagamentos digitais com o smartphone. Outros 15% ainda fazem isso às vezes.
No total, 36% dos entrevistados pagaram com aproximação do celular nos 30 dias anteriores à pesquisa e 46% fizeram isso em algum momento.
Além da aproximação, temos os pagamentos com QR Code. Oito em cada dez brasileiros conectados com smartphone já efetuaram um pagamento apontando a câmera para um código. Isso representa um enorme salto desde março de 2020, quando apenas 35% do público utilizava essa opção.
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