Conheça as tendências do South By Southwest 2022

22/03/2022

Inovação

Conheça as tendências do South By Southwest 2022

A cidade de Austin, nos Estados Unidos, mais uma vez atraiu milhares de aficionados por inovação de todo o mundo. Entre os dias 11 e 20 de março de 2022, o tradicional evento South By Southwest foi o ponto de encontro para quem busca descobrir os caminhos da tecnologia, dos negócios e da criatividade nos próximos anos.

Mas, além de descoberta, o SXSW é um espaço de reflexão. No palco, também se questionou para quem é feita a inovação. É o caso das criptomoedas, em que 72% do mercado de bitcoin está concentrado em 2% das contas.

Quer ficar por dentro dos principais assuntos do South By Southwest 2022? Veja a seguir algumas tendências que foram destaque para o Future Today Institute e que valem a pena acompanhar.

Tendências apresentadas no South By South Southwest 2022

Inteligência artificial mais próxima

A cada ano, a inteligência artificial ganha novas capacidades. No marketing, ela pode ser usada para detectar emoções dos consumidores e gerar respostas específicas a partir disso. Na ciência, já está sendo usada para acelerar descobertas em laboratórios. Enquanto isso, no campo criativo, seus usos são praticamente ilimitados.

Mas é inevitável surgir a questão: quem tem acesso a essa tecnologia e aos avanços que ela proporciona? Até então, a aplicação do IA no meio empresarial tem se restringido a um pequeno número de negócios, seja pela dificuldade de domínio da tecnologia, seja por limites de orçamento.

Agora essa realidade está mudando. No campo do aprendizado da máquina (machine learning), em que a inteligência virtual pode se adaptar e aprender sozinha a realizar melhor suas funções, já existem ferramentas “no-code” e “low-code”. Isto é, que requerem nenhum ou pouco conhecimento de código para serem usadas.

A Apple, com seu Create ML, o Google, com o AutoML, e o MakeML são exemplos de soluções que permitem criar aplicações com aprendizado de máquina sem precisar ter conhecimento específico na área. Tudo funciona com opções de “copiar e arrastar”, semelhante à criação de sites em plataformas como Wix hoje em dia.

Leia também: Automação de marketing: por que ainda é um desafio?

Os avanços tecnológicos precisam ser acessíveis. (Foto via Freepik)

A economia dos criadores de conteúdo

Por muito tempo, a monetização dos criadores de conteúdo na internet estava associada exclusivamente a parcerias com marcas. No entanto, embora o trabalho com influenciadores possa ser uma estratégia de marketing muito positiva, também ficou evidente em muitos casos a falta de sintonia entre quem falava e o que divulgava.

Hoje, diversas ferramentas permitem que os criadores recebam dinheiro diretamente do público. Patreon, APOIA.se, Twitch, inscrições no YouTube e em newsletters pagas, agora o Super Follows no Twitter, todas essas opções podem ser usadas na monetização dos conteúdos.

A partir disso, as parcerias com as marcas precisam ser mais bem avaliadas. Afinal, os seguidores estão investindo na produção e podem cancelar o apoio a qualquer momento. Mas para as marcas isso é ótimo, porque fortalece a relação com influenciadores interessados em construir um trabalho de qualidade juntos, alinhado aos gostos de cada público-alvo.

Leia também: A pirâmide de influência no funil de vendas

Jornalismo no metaverso e outros espaços virtuais

O recente bloqueio e desbloqueio do Telegram no Brasil, relacionado ao impacto que a plataforma pode ter nas próximas eleições, acende mais uma vez o alerta: os espaços virtuais têm repercussões muito reais.

Isso também é válido para os ambientes no metaverso. Cada vez mais a política se faz presente neles, como foi o caso do governo norueguês que reuniu 37 mil pessoas on-line no Minecraft para celebrar o Dia da Constituição, em 2020. Inclusive em campanhas esses espaços estão se tornando mais frequentados.

Isso traz um novo desafio para o jornalismo: como cobrir esses eventos virtuais em ambientes super-segmentados? Diante do perigo crescente da desinformação, redações de todo o mundo precisam estar atentas não só ao que políticos dizem em palanques, entrevistas e redes sociais. A notícia pode estar, igualmente, dentro de um jogo conduzido por avatares.

Leia também: Entenda a transformação de Globo e NSC em mediatechs

Novas leis para um novo mundo

As possibilidades da tecnologia são inúmeras e, em alguns casos, eram até inimagináveis há pouco tempo. Com um aplicativo de celular, por exemplo, é possível inserir seu rosto em cenas de filmes famosos, coisa que só se poderia fazer com programas sofisticados e conhecimento de edição de vídeo.

Mas esses deepfakes (vídeos falsos muito bem feitos com apoio de inteligência artificial) podem ser um problema. Na invasão da Rússia à Ucrânia, a tecnologia já foi usada para disseminar informações falsas com a imagem do presidente ucraniano.

Isso leva à necessidade de se estabelecer limites ao uso de certas tecnologias a fim de proteger a sociedade dos riscos que elas trazem. Nos Estados Unidos, alguns estados têm proposto a regulamentação desses deepfakes, por exemplo.

O mesmo pode ser dito das ferramentas para identificação de pessoas por vídeo, que infringem a privacidade dos indivíduos. Também nos EUA, em alguns lugares é ilegal aplicar reconhecimento facial sem consentimento. Portanto, muito mais que um debate técnico, as tendências em tecnologia despertam um debate ético.

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