Empoderamento feminino: 10 CEOs brasileiras para conhecer

03/03/2021

Inovação

Empoderamento feminino: 10 CEOs brasileiras para conhecer

Ainda há um longo caminho pela frente para aumentar a participação feminina nas funções de liderança empresarial. Contudo, a barreira de gênero vem sendo rompida ano a ano e temos cada vez mais exemplos de CEOs mulheres, além de outras atividades importantes.

Entre as empresas listadas no S&P 500, o índice de mercado de ações que avalia o desempenho das maiores companhias na Bolsa de Valores dos Estados Unidos, existem 30 mulheres CEOs em 2021. De acordo com a BoardEX, esse número era de 22 em 2011, e de 11 em 2001.

Enquanto isso, no Brasil, apenas 13,9% dos cargos de diretoria são ocupados por mulheres, segundo informações do Ministério da Economia. Mas esse cenário está melhorando também por aqui, com a ascensão de diversas empreendedoras aos cargos mais elevados no mundo dos negócios.

Conheça algumas dessas CEOs mulheres no Brasil para se inspirar!

Ampliando os exemplos de empoderamento feminino nas empresas

Para falar de empoderamento feminino e de maior representatividade de mulheres em cargos de liderança, é preciso entender que não há um único caminho para chegar ao topo. Devemos, portanto, ampliar os horizontes quando falamos do assunto e procurar novos exemplos que mostrem a todas as mulheres que é possível crescer na carreira.

Nesse sentido, o estudo Women CEOs Speak (Mulheres CEOs Falam), da consultoria Korn Ferry, revela que a trajetória delas é bastante variada. A maioria sequer tinha como objetivo inicial tornar-se CEO — ou chief executive officer, equivalente à diretora executiva.

O que elas têm em comum é a vontade de causar um impacto positivo ao redor. A possibilidade de trazer melhorias para funcionários e comunidade foi a motivação para 68% das mulheres entrevistadas no estudo assumirem a liderança nos negócios.

No Brasil, temos alguns exemplos bastante conhecidos, como Rachel Maia, a primeira mulher negra à frente de marcas como Lacoste, Pandora e Tiffany. O empreendedorismo feminino negro tem crescido no País e inclui também Luana Génot, fundadora e diretora executiva do Instituto Identidades do Brasil, além de outras personalidades que veremos adiante.

É claro, Luiza Trajano merece destaque quando o assunto é mulheres líderes. A presidente do conselho de administração do Magazine Luiza e do Grupo Mulheres do Brasil é uma das maiores referências empresariais no Brasil.

Outros exemplos de CEOs brasileiras de renome incluem Cristina Palmaka, presidente da SAP na América Latina e Caribe, e Paula Paschoal, diretora geral do PayPal no Brasil.

São mulheres com histórias próprias e estilos únicos de liderar, cada uma em seu segmento. E, além delas, muitas mais estão fazendo a diferença nos negócios brasileiros. São esses outros nomes que destacamos a seguir, para mostrar como é diverso, rico e inspirador o universo do empreendedorismo feminino.

Leia também: Globo mostra os desafios profissionais da mulher no Brasil

A lista de CEOs brasileiras está cada vez maior. (Foto via Freepik)

10 CEOs mulheres no Brasil para se inspirar

Adriana Barbosa

Barbosa é CEO do Instituto Feira Preta, iniciativa para a promoção e desenvolvimento do mercado afro no Brasil, e da Pretahub, um hub de criatividade, inventividade e tendências pretas.

Além de ser uma das maiores expoentes do movimento “black money” no País, a empreendedora social acumula reconhecimentos e prêmios por sua atuação. Em 2017, foi escolhida pela organização Mipad como uma das personalidades negras com menos de 40 anos mais influentes do mundo. Em 2019, foi vencedora na categoria Troféu Grão, do Prêmio Empreendedor Social, e na categoria Empreendedorismo e Negócios, do Prêmio CLAUDIA 2019. Então, em 2020, mais uma honraria: Adriana Barbosa foi eleita entre as 20 mulheres mais poderosas do Brasil pela Forbes.

Tânia Cosentino

É general manager da Microsoft no Brasil, sucedendo em 2018 outra mulher na liderança da empresa, Paula Bellizia. Esse é um caso ainda raro no mercado da tecnologia, em que predomina a desigualdade de gênero.

Cosentino vem da área de engenharia e construiu boa parte de sua carreira na Scheider Electric, começando como gerente de vendas, chegando a presidente nacional da companhia e então tornando-se responsável pela atuação na América do Sul. Antes disso, passou por empresas como a Siemens, contando ao todo mais de 30 anos de experiência de trabalho.

Desde 2014, também assumiu compromissos globais junto à ONU Mulheres, por meio dos programas ElesPorElas, visando à igualdade de gênero, e do Women Empowerment Principles (Princípios de Empoderamento Feminino).

Nina Silva

Silva é outra grande representante do empoderamento feminino negro no Brasil. Ela é CEO do Movimento Black Money e D’Black Bank.

O Movimento Black Money é um hub de inovação para a comunidade negra, que visa ao desenvolvimento do ecossistema afroempreendedor. Por meio de comunicação, educação e mídias, ajuda empreendedores negros na criação de diferenciais competitivos no mercado. Já o D’Black Bank é uma fintech que oferece soluções para conectar tais agentes de inovação ao público consumidor.

Claudia Woods

Em 2019, Woods deixou o cargo de CEO na Webmotors para assumir o desafio de ser diretora geral da Uber no Brasil.

A executiva participou da consolidação nacional do mercado de tecnologia, tendo passado anteriormente por startups de diferentes segmentos. Na liderança da Uber, tem conduzido a empresa no cenário da pandemia, mantendo o foco na inovação, no crescimento e na eficiência.

Nesse período à frente do negócio, atuou na implementação de um centro de tecnologia da Uber, onde são desenvolvidas soluções para aumentar a segurança de motoristas e usuários. Falando em soluções, sob a liderança de Woods foi criada uma ferramenta para que motoristas mulheres possam receber corridas apenas de outras mulheres.

Maitê Lourenço

Lourenço é fundadora e CEO da BlackRocks Startups, que incentiva empreendedores negros a fazer parte do ecossistema de inovação e tecnologia. Além disso, tem formação em psicologia e gestão estratégica de projetos, especialização em design thinking, é palestrante, colunista e inspiração para muita gente.

Entre os reconhecimentos recebidos por seu trabalho, foi finalista na categoria Impacto Social do Startup Awards, recebeu o prêmio Veja-se e foi eleita uma das mulheres mais inspiradoras da Think Olga.

Saiba mais sobre Maitê Lourenço e a atuação da BlackRocks Startups no episódio “Empreendedorismo e soluções para pessoas negras”, do podcast Negócios SC. Ouça nas plataformas Spotify, Deezer ou SoundCloud.

Maitê Lourenço é um dos exemplos de CEOs negras no Brasil. (Divulgação)

Monalisa Gomes

Em 2017, foi elevada a CEO da Fronius no Brasil, empresa voltada a equipamentos e soluções para energia solar, carregadores, baterias e tecnologias de soldagem. Isso revelou-se um marco na história da companhia, pois Gomes foi a primeira mulher brasileira e negra à frente do ramo brasileiro da multinacional de origem austríaca.

Da periferia à diretoria executiva, foram 13 anos acumulando experiências e subindo degrau a degrau no meio corporativo. Para ela, que já trabalhava com a Fronius desde 2006, foi a oportunidade de assumir a liderança de uma empresa com a qual tem alinhamento de valores e propósito.

Gomes ainda atua como mentora no programa Nós por Elas, do Instituto IVG. A iniciativa visa a desenvolver e apoiar mulheres na construção de carreiras e empreendimentos.

Lídia Abdalla

Abdalla começou sua trajetória profissional no Grupo Sabin Análises Clínicas em 2003 e ali ascendeu até o topo. Desde 2014, é a CEO do Grupo, que conta com mais de 5.400 colaboradores pelo Brasil.

A liderança mais humana, característica de CEOs mulheres, é evidente na gestão de Abdalla. Colaboração e união têm sido pilares na atuação do grupo durante a pandemia, que também se destaca pela busca por inovação.

Ainda vale ressaltar que o Grupo Sabin é fruto do empreendedorismo feminino, tendo sido fundado por duas mulheres: Janete Vaz e Sandra Soares Costa. E graças à liderança feminina ele continua crescendo, hoje como um dos cinco maiores do País em medicina diagnóstica.

Camila Farani

Investidora, presidente, colunista, Top Voice no LinkedIn… Farani está presente em muitas frentes, mas em todas elas imprime a mesma ideia de que o empreendedorismo muda a realidade das pessoas.

Ela é fundadora e presidente da G2 Capital desde 2017, e sócia da GAA Investments desde 2019. Foi também nomeada em dois anos consecutivos pela Associação Latino-Americana de Private Equity & Venture Capital como uma das maiores investidoras em tecnologia da América Latina. Para completar, é a única mulher bicampeã como “Melhor Investidor Anjo” do Brasil.

Lindalia Sofia Junqueira Reis

Reis tem uma longa história de cargos de liderança e já passou por empresas como Shell, J.Macêdo e Globo. Hoje, é CEO do HackingRio, responsável pelo maior hackathon da América Latina, e da Ions Consultoria, fundada pela empreendedora em 2006.

Ao lado dessas atividades, Reis também é palestrante e coordenadora do programa de cursos de inovação da Fundação Getúlio Vargas. É uma das vozes femininas que têm se destacado dentro do meio inovador, tanto que em 2020 recebeu o prêmio de Heroína do Ano no Startup Awards, a maior premiação do mercado de startups no Brasil.

Dani Junco

Outra forte concorrente a Heroína do Ano no Startup Awards 2020 foi Dani Junco. Ela é fundadora e CEO da B2Mamy, uma aceleradora de negócios para mães empreendedoras. Além disso, é especialista em marketing com foco em branding, canais de venda e gestão de comunidades.

Ela própria sendo mãe, conhece de perto os desafios das mulheres que empreendem após a maternidade, muitas delas por necessidade, pela falta de oportunidades no mercado de trabalho.

A B2Mamy busca, então, capacitar as mães que desejam empreender e conectá-las ao ecossistema de inovação e tecnologia para que sejam independentes economicamente. Esse é mais um exemplo de CEO mulher que tem como propósito o impacto social.

Como dissemos no início, ainda há muito o que fazer pela diversidade de gênero e pela representatividade feminina nos cargos de liderança. Mas os bons exemplos vão se tornando mais numerosos, inspirando cada vez mais mulheres a quebrar o “teto de vidro” no mundo dos negócios.

Para conhecer agora quais são as dez competências essenciais de líderes, segundo a ONU, aproveite o e-book Liderança e empreendedorismo. Nele estão diversas informações para ajudar no seu caminho de sucesso.

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