As vendas no e-commerce brasileiro estão em queda. Dados da NIQ Ebit presentes na 48ª edição do relatório Webshoppers mostram que a movimentação no primeiro semestre de 2023 somou R$ 119 bilhões em faturamento. Isso representa um recuo de 7,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.
De acordo com informações da Conversion divulgadas pelo portal E-commerce Brasil, as principais marcas do e-commerce no País também registraram perda de tráfego de visitantes no primeiro semestre.
Mas nem tudo são más notícias para o comércio eletrônico brasileiro. Há sinais de que o varejo on-line pode recuperar-se, em parte, no restante de 2023. Segundo a pesquisa E-commerce Trends, de Octadesk e Opinion Box, realizada em maio deste ano, 54% dos consumidores disseram que pretendiam aumentar a frequência das compras na internet nos 12 meses seguintes.
Veja outros dados que acenam para uma perspectiva favorável às vendas on-line no País.
O lado positivo das vendas no e-commerce em 2023
Apesar da queda do faturamento no e-commerce, o fato é que o varejo digital no Brasil nunca teve tantos clientes. No primeiro semestre de 2022, eram 49,8 milhões de consumidores brasileiros conectados, segundo a NIQ Ebit. Então, nos primeiros seis meses de 2023, o número subiu para 53 milhões.
O que caiu, na verdade, foi o número de pedidos. No acumulado entre janeiro e junho deste ano, a queda foi de 5,2% frente ao mesmo intervalo de 2022. O consumidor tem sido mais cauteloso com gastos, daí a menor frequência de compras on-line.
Uma das razões apontadas para isso foi a manutenção dos juros elevados durante boa parte do ano. Vale lembrar que a taxa Selic esteve em 13,75% até o início de agosto, quando foi reduzida a 13,25%. Agora em setembro houve um novo corte pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, chegando ao menor patamar dos últimos 16 meses, em 12,75%.
Juros altos afetam diretamente o consumidor on-line. Como aponta a pesquisa E-commerce Trends, o meio de pagamento mais usado nas compras virtuais tem sido o cartão de crédito parcelado (52%). Então, com a baixa dos juros, esse público é beneficiado.
Ainda precisamos considerar os efeitos de datas comerciais como o Dia do Cliente, a Black Friday 2023 e o Natal. Muitos brasileiros, em um cenário de juros altos e endividamento elevado, podem estar segurando as compras para fazê-las durante as promoções do segundo semestre. Isso deve contribuir para recuperar parte do faturamento do e-commerce em 2023.
Para completar, o varejo restrito acumula altas de 1,5% em volume de vendas e de 4,2% em receita nominal entre janeiro e julho deste ano, conforme os dados da Pesquisa Mensal do Comércio, do IBGE. Ou seja, esse pode não ser o melhor momento para o comércio eletrônico, mas o varejo como um todo continua avançando no País.
Leia também: O que aconteceu com as vendas do e-commerce no Brasil?
Frete grátis é determinante para as vendas no e-commerce
Especialmente quando o bolso aperta, a logística desempenha um papel importante para estimular as vendas no e-commerce. Isso porque o frete grátis é apontado por diferentes pesquisas como o principal motivador para a compra.
De acordo com os dados de Octadesk e Opinion Box, sete em cada dez consumidores baseiam a escolha nesse fator.
Principais fatores que influenciam a compra no e-commerce:
- Frete grátis: 73%
- Promoção: 64%
- Prazo de entrega: 48%
- Cupom de desconto: 46%
- Facilidade de compra: 39%
- Forma de pagamento: 39%
- Cashback: 35%
A NIQ Ebit, ao perguntar o que motiva o consumidor brasileiro a comprar em aplicativos de supermercado, encontrou um resultado similar.
As respostas mais frequentes foram:
- Frete grátis: 66%
- Promoção: 58%
- Cupom de desconto: 46%
- Economia de tempo: 41%
- Não precisar sair de casa: 36%
Desse modo, ter centros de distribuição perto dos principais mercados consumidores pode fazer uma enorme diferença na estratégia do e-commerce. Isso reduz não só o tempo de entrega, como os custos para o envio de produtos.
Leia também: O que faz um e-commerce atrair o consumidor digital?
O caminho do consumidor até o e-commerce
A pesquisa E-commerce Trends traz outra informação interessante sobre como atrair clientes no varejo digital. Quando se trata das buscas, o Google ainda é a ferramenta mais utilizada pelo consumidor brasileiro.
Onde o público pesquisa para comprar no e-commerce?
- Google: 61%
- Site ou aplicativo do varejo: 47%
- Várias lojas: 40%
- Sites de comparação de preços: 28%
Além dessas opções, as redes sociais aparecem como ferramentas de busca para compras on-line. YouTube (18%) e Instagram (14%), por exemplo, aparecem entre as respostas.
Mas é válido questionar: o que motiva essa pesquisa?
Como aponta um relatório da Analytic Partners, muito do tráfego on-line pode vir de canais off-line. Inclusive, em um estudo de caso, 46% dos acessos ao site vieram da mídia na TV.
Isso destaca a importância de diversificar a presença da marca na mídia. Mesmo que o negócio atue apenas na internet, os meios off-line também contribuem de uma maneira significativa para atrair visitantes e clientes.
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