O setor de vestuário no Brasil deve fechar 2022 com um faturamento de R$ 208 bilhões, segundo a estimativa do economista Fábio Bentes, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Isso representaria um crescimento de 1,1% na comparação com as vendas do ano anterior.
Inclusive, o País está entre os dez maiores mercados de roupas do mundo. Como aponta a plataforma Cupom Válido, com base em dados do Statista, as classes socioeconômicas B e C dominam os gastos com vestuário no Brasil, representando 70,4% do total.
Mas o crescimento do varejo de moda brasileiro não está livre de desafios. Entender a jornada de compra desses consumidores e o que eles procuram ao vestir é essencial para as marcas do setor. Então, veja alguns dados para preparar seu negócio.
A jornada de compra no varejo de moda
Conveniência é chave na relação entre as marcas de moda e o público consumidor. De um modo geral, uma pesquisa do Google revela que 70% dos brasileiros conectados vão comprar tanto on-line quanto off-line, como for mais conveniente para eles. No setor de moda e beleza, um em cada dois compradores tem essa postura.
A escolha do canal é baseada nos critérios mais relevantes para cada consumidor em determinado momento. Entretanto, o preço é sempre uma característica que se destaca e uma das principais vantagens das compras pela internet. Em moda e beleza, 40% do público interessado afirma que o maior diferencial da compra on-line é encontrar os melhores preços e promoções.
Outra vantagem do meio digital é a maior disponibilidade de itens em estoque, especialmente quando os produtos desejados fogem do padrão da indústria. Segundo o Google, um quarto dos compradores dá prioridade ao canal de compra em que sabe que vai encontrar o produto em estoque. E 60% das pessoas dizem que encontram na internet a maior variedade de produtos conforme a escolha de compra.
É por isso que as marcas de varejo de moda no Brasil devem investir cada vez mais em atender a uma jornada de compra híbrida. Ao mesmo tempo que o e-commerce tem essas vantagens, as pessoas ainda preferem a experiência das lojas físicas. Então, é preciso unir as duas esferas.
Por um lado, as lojas físicas são importantes para a compra no digital, já que 63% dos entrevistados pela MindMiners relatam não poder ver ou provar o produto como desvantagem do e-commerce. Por outro, devido à logística facilitada, um terço dos consumidores ouvidos pelo Google afirmam que comprar on-line e retirar o produto na loja é o formato de consumo que têm mais interesse de fazer nos próximos meses.
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Importância do conteúdo para o varejo de moda no Brasil
A ideia de temporadas ditadas pelas grandes grifes vai ficando para trás na moda. O público já não tem muito apego às sazonalidades. Como prova disso, o Google informa que 82% dos consumidores de moda e beleza compram no momento do ano em que sentem vontade.
Considerando a relação entre consumo e entretenimento, aí está uma boa oportunidade para as marcas investirem em uma estratégia de conteúdo regular. Isso porque o interesse por moda se mantém mais ou menos constante ao longo do ano e, muitas vezes, o público consome informações relacionadas a vestuário também como forma de diversão.
Reforçando a importância dessa estratégia, a pesquisa do Google aponta que um quinto dos consumidores de moda e beleza entende que os conteúdos relacionados ajudam a decidir a compra. Além disso, 74% do público afirma ter aumentado o consumo de conteúdo no setor durante os últimos dois anos.
Nem podemos nos esquecer da importância da televisão na distribuição da mensagem da marca. Uma pesquisa da MindMiners mostra que 54% dos indivíduos interessados em moda buscam na internet por produtos vistos na TV.
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Tendências de moda que impactam o consumo
Hoje, quando se fala em tendências de moda, não se trata apenas do que é visto nas passarelas. Aspectos comportamentais, como a busca por conforto e a busca pela autoaceitação, também influenciam os rumos do varejo.
Conheça alguns desses comportamentos que impactam o setor!
Conforto
Segundo o Google, 70% dos consumidores acreditam ter mais liberdade agora na escolha do que vestir. Com isso, houve um aumento de 57% nas buscas por moda casual em relação a 2021. Ou seja, do período de pandemia ficará o desejo de se sentir confortável nos mais variados ambientes.
Moda para a melhor idade
Devemos considerar que, em 2030, um em cada seis adultos no Brasil terão mais de 60 anos, de acordo com o IBGE. No entanto, a MindMiners destaca que 69% das pessoas acima de 60 anos acham que as marcas de moda produzem apenas para os mais jovens. É preciso mudar isso.
Moda plus size
Outro segmento que pede maior representatividade no varejo de moda é o plus size. Entre 2021 e 2022, por exemplo, as buscas relacionadas aumentaram em 57%, indica o Google. E isso vale também para a comunicação do setor: a MindMiners relata que 71% consumidores pensam que as empresas deveriam ser mais atentas à diversidade de corpos nos comerciais.
Moda circular
De acordo com a Thredup, o mercado de roupas e acessórios usados vem crescendo 11 vezes mais rápido que o setor do varejo como um todo. Essa economia circular é impulsionada pela maior preocupação do consumidor com o futuro do planeta.
Então, gostou de conhecer as tendências e dados do varejo de moda? Aproveite para descobrir as transformações de outros setores em nossa aba de pesquisas para baixar.