No Censo 2022, do IBGE, o Brasil contava com 32.113.490 habitantes com idade de 60 anos ou mais. Esse número representa 15,6% da população no País, de 203 milhões de pessoas, e um salto de 56% em relação ao total de idosos na contagem de 2010.

O consumidor nessa faixa etária geralmente é chamado “baby boomer” por pertencer à Geração Baby Boom, que veio antes da Geração X. Ou seja, são aqueles indivíduos nascidos antes de 1965.

De uma forma mais ampla, é reconhecida como pessoa idosa todo brasileiro com 60 anos ou mais, de acordo com o Estatuto da Pessoa Idosa (lei n. 10.741/2003).

Esse é um grupo importante para o mercado de consumo não somente por ser cada vez mais numeroso, mas também pela participação ativa nas compras. Quem mostra isso é a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), em parceria com a AGP Pesquisas, na sétima edição do estudo “Hábitos de Compra do Consumidor 60+”, sobre o qual falaremos adiante. Acompanhe os destaques do Negócios SC!

A personalidade ativa da pessoa idosa nas compras

A pesquisa de 2023 revela que 83% dos consumidores idosos no Brasil são responsáveis pelo controle das próprias finanças e pelas decisões de compra. Mais ainda, esse é um perfil bastante ativo no varejo, com boa parte dos indivíduos fazendo compras semanalmente.

Em supermercados, por exemplo, 44% dos entrevistados afirmam comprar toda semana. Outros 20% visitam esses estabelecimentos quinzenalmente, enquanto 30% o fazem pelo menos uma vez ao mês.

Os mercadinhos de bairro são o segundo lugar mais frequentado pela pessoa idosa no Brasil. Quatro em cada dez consumidores (41%) realizam compras toda semana nesse tipo de comércio. Em seguida, aparecem as feiras de rua, com 31% dos idosos brasileiros comprando semanalmente ali.

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Seis em cada dez idosos no Brasil têm acesso à internet, diz o IBGE. (Foto via Freepik)

Fatores que influenciam a decisão de compra do consumidor idoso

Agora, como esse público decide onde comprar? O estudo também perguntou quais são os fatores que mais influenciam a decisão de compra e podemos separá-los em três categorias: experiência na loja, preço e acessibilidade.

Experiência na loja:

• 84% concordam que qualidade e atenção do atendimento influenciam muito;
• 68% concordam que lojas muito cheias influenciam muito;
• 66% concordam que filas nos caixas influenciam muito;
• 60% concordam que não facilitar o pagamento influencia muito.

Preço:

• 82% concordam que os produtos serem caros influenciam muito.

Acessibilidade:

• 73% concordam que a facilidade de acesso à loja influencia muito;
• 48% concordam que o tamanho dos corredores influencia muito;
• 44% concordam que escadas e degraus influencia muito;
• 38% concordam que a falta de espaço para descanso influencia muito.

Falando em acessibilidade, 20% dos entrevistados com 80 anos ou mais declararam possuir alguma dificuldade de locomoção. Esse é um ponto importante para discutir a relação do varejo com a pessoa idosa: diferentes subgrupos vão necessitar de diferentes níveis de adaptação do comércio.

Participação de cada faixa etária no total de idosos no Brasil:

• 60 a 69 anos: 55,49%
• 70 a 79 anos: 30,22%
• 80 a 89 anos: 11,85%
• 90 a 99 anos: 2,32%

Para completar, os brasileiros com mais de 100 anos representam 0,12% do total de idosos no País, segundo os dados do Censo 2022.

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Consumidores acima de 60 anos e as compras pela internet

Um aspecto sobre a pessoa idosa no Brasil que muitas vezes passa batido pelas estratégias das marcas é que esse é um público bastante conectado. Como indica o IBGE, 62,1% dos brasileiros com 60 anos ou mais usaram a internet em 2022, um percentual que cresce a cada ano. Isso então se reflete nas compras on-line, segundo a SBVC. 

Percentual de idosos brasileiros que já compraram na internet:

• 60 a 69 anos: 88%
• 70 a 79 anos: 76%
• 80 anos ou mais: 65%

Como a pesquisa foi realizada virtualmente, há uma maior inclinação para esse tipo de comportamento do consumidor. Mesmo assim, considerando o número de pessoas idosas com acesso à internet no Brasil, o resultado é bastante expressivo.

Os idosos brasileiros até compartilham o hábito dos consumidores mais jovens, a exemplo da Geração Z, de preferir o smartphone ao computador para comprar on-line. Inclusive, as razões para fazer compras pela internet são muito parecidas: 67% gostam de comprar na hora que quiserem, 66% apreciam a conveniência de não precisarem sair de casa e 56% disseram que foi mais fácil encontrar desse modo os produtos desejados.

No entanto, há três obstáculos principais à maior adoção do e-commerce pela pessoa idosa no Brasil. A primeira delas é a necessidade de tocar e experimentar o produto, apontada por 55% dos idosos que não compram on-line. Depois, temos a falta de segurança em informar os dados bancários (52%) e o fato de não saber quais sites são confiáveis (35%).

Investir em uma comunicação que transmita segurança, portanto, deve ser uma prioridade do varejo virtual para conquistar esse perfil de consumidor.

Conheça melhor as particularidades das diferentes faixas etárias baixando o guia Comportamento de Gerações, disponível gratuitamente para você.