Há quem os considere muito jovens para terem seu próprio dinheiro, mas eles já são capazes de influenciar o mercado de consumo. Essa é a Geração Alfa, ou Alpha, que vem logo depois da Geração Z.
De acordo com um levantamento do Mercado Pago, cada um deles movimenta R$ 268 por mês, em média. Mas nada de guardar moedas no cofrinho. Só no primeiro semestre de 2023, esses consumidores de menor idade fizeram 400 mil compras no Mercado Livre e a forma de pagamento mais utilizada nas transações foi o Pix.
Além desses gastos diretos, eles têm uma enorme influência na decisão de compra dos adultos. Isso acontece tanto nas datas especiais, como Páscoa, Dia das Crianças e Natal, quanto no dia a dia. Segundo o Instituto Locomotiva, 88% dos pais são influenciados pelos filhos quando fazem compras em supermercados ou shopping centers, mais até que nas lojas de brinquedos.
Saiba mais sobre o que é essa Geração Alfa e como ela se comporta enquanto consumidora com os destaques do Negócios SC.
O que é a Geração Alfa?
Um relatório da consultoria WGSN, em parceria com o portal Meio & Mensagem, aponta que 52% dos executivos têm um conhecimento baixo ou médio da Geração Alfa. Então, o que precisamos sobre ela? O que é, afinal, uma pessoa dessa geração?
A Geração Alfa, ou Geração Alpha, refere-se aos indivíduos nascidos a partir de 2010 e até 2025, portanto bastante familiarizados com o meio virtual praticamente desde o berço. Não à toa, o marco inicial dessa classificação é o ano de lançamento do iPad pela Apple.
Essa é a primeira geração inteiramente nascida no século 21. Em breve, será também o maior grupo etário da história. Até 2025, estima-se que existirão mais de 2 bilhões de integrantes da Geração Alfa, entre os mais de 8 bilhões de seres humanos no planeta.
No Brasil, de acordo com os dados do Censo 2022, do IBGE, 19,8% da população residente no País tem entre 0 e 14 anos.
Com isso, eles se juntam às demais gerações já bastante estudadas:
- Baby boom: nascidos entre 1946 e 1964
- Geração X: nascidos entre 1965 e 1979
- Geração Y: nascidos entre 1980 e 1996
- Geração Z: nascidos entre 1997 e 2009
- Geração Alfa: nascidos entre 2010 e 2025
Essa é a classificação adotada pela Pew Research. Outras fontes podem usar faixas etárias um pouco diferentes. Além disso, indivíduos de determinadas gerações ganham nomes específicos, como baby boomers, millennials (da Geração Y) e alfas.
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A Geração Alfa e as telas
Os alfas são filhos de outra geração bastante conectada, os millennials. Isso gera algumas preocupações de psicólogos que veem a superexposição a telas como um risco para o desenvolvimento das crianças.
Por exemplo, Roberto Balaguer, professor da Universidade Católica do Uruguai e autor de livros sobre educação e tecnologia, analisa que a tecnologia onipresente em suas vidas e na de seus pais “será um fator limitante na disponibilidade emocional e na qualidade do cuidado” pelos responsáveis. Isso porque os próprios pais estão o tempo todo olhando para telas de celulares e tablets.
Isso remete a outra característica da Geração Alfa: o consumo de conteúdo. Seis em cada dez crianças e adolescentes desse grupo afirmam que ver séries e filmes é a atividade favorita deles no final de semana, segundo o relatório “Generation Alpha: the real picture”, de GWI. Em média, eles usam 4,2 serviços de streaming.
Não é à toa que três das cinco marcas favoritas dessa geração sejam YouTube, Netflix e Disney, como aponta a Beano Brain.
Mas uma mudança está a caminho. A GWI revela que duas atividades vêm tendo maior importância para as crianças desde a pandemia de Covid-19: cinema e podcasts. É possível que os mais novos estejam procurando maneiras de se afastarem por um momento de encarar constantemente a tela do celular.
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Uma geração com voz própria
Mesmo com a pouca idade, a Geração Alfa tem uma visão muito interessante do mundo e do que espera da sociedade.
Ainda conforme os dados da GWI, 46% dos alfas acreditam que todos deveriam ser tratados de forma igualitária. Essa consciência social, aliada ao cuidado com o planeta, determinará muitas das escolhas de marcas futuramente.
Os alfas também se importam muito com a expressão e com serem ouvidos. Tanto que eles encaram um passatempo como jogos on-line de maneira diferente das outras faixas etárias. Para seus pais e a Geração Z, jogar é uma válvula de escape da realidade. Já os mais novos veem nisso uma oportunidade para criarem mundos únicos e se expressarem.
Saiba mais sobre as diferentes gerações de consumidores em Santa Catarina baixando o guia Comportamento de Gerações.