O acesso à saúde é um direito de todos os brasileiros, conforme estabelecido na Constituição Federal de 1988. Mas o fato de ser um direito básico não quer dizer que o setor não deva ser moderno.
Pelo contrário, o atendimento à saúde tem evoluído com o apoio de novas tecnologias. Veja o caso da telemedicina: entre 2020 e 2021, mais de 7,5 milhões de consultas foram realizadas dessa forma no Brasil, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Telemedicina e Saúde Digital. Para 2022, a expectativa era de levar o serviço a 30 milhões de pessoas no País.
Essa modernização passa pelo trabalho das healthtechs, empresas de base tecnológica que oferecem soluções inovadoras para a saúde. Conheça melhor esse mercado a seguir!
Tecnologias presentes nos estabelecimentos de saúde no Brasil
A pesquisa TIC Saúde 2022, do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), traz dados interessantes sobre a adoção de novas tecnologias no setor de saúde.
Ela mostra, por exemplo, que 19% dos estabelecimentos do gênero no Brasil já oferecem serviços de teleconsulta. E vale destacar que essa ainda é uma realidade relativamente recente na saúde dos brasileiros, pois a telemedicina só foi autorizada no País em 2020.
Mas essa não tem sido a única tecnologia adotada até então.
Outras tecnologias usadas na saúde pelo total de estabelecimentos:
- Inteligência artificial: 10%
- Robótica: 13%
- Agendamento de consultas pela internet: 22%
- Análise de big data: 22%
- Software do escritório na nuvem: 40%
- Armazenamento na nuvem: 60%
Até a tecnologia blockchain, que permite maior transparência no compartilhamento de informações, foi citada por 4% dos entrevistados pelo Cetic.br. Isso mostra como o mercado de healthtechs tem um imenso potencial para crescer no Brasil, tanto em adesão quanto em diversificação das soluções.
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Ecossistema de healthtechs em desenvolvimento
No relatório Distrito Healthtech Report 2022, encontramos exemplos dessas novas tecnologias que estão sendo desenvolvidas. O material destaca cinco grandes tendências nesse sentido, que explicaremos adiante.
Nova fase da telemedicina
A telemedicina, de acordo com a Lei n. 13.989 de 2020, refere-se ao “exercício da medicina mediado por tecnologias para fins de assistência, pesquisa, prevenção de doenças e lesões e promoção de saúde”. Portanto, as teleconsultas são apenas parte dessa transformação digital.
No futuro devemos ver muito mais:
- Teleconsultoria: troca de informações entre médicos e outros profissionais da saúde.
- Telemonitoramento: acompanhamento das condições de saúde dos pacientes à distância.
- Teletriagem: avaliações clínicas para encaminhamento a especialista ou serviço adequado.
- Telecirurgia: uso de robótica, teleconferência ou outras tecnologias para a realização de cirurgias, com os profissionais podendo estar até em outro continente.
As possibilidades são muitas. Então, como aponta o Distrito, é preciso discutir mais profundamente a regulação da telemedicina para garantir maior segurança e qualidade de atendimento ao público.
Saúde preventiva
O diagnóstico precoce e comportamentos que evitem problemas de saúde futuros têm mais importância do que nunca. Diante disso, veremos o surgimento de novos serviços, aplicações e gadgets com foco no monitoramento e no cuidado preventivo da saúde 24 horas por dia.
Digital twin
Na indústria, o digital twin, ou gêmeo digital, é uma cópia virtual de um produto físico, serviço ou processo. Essa cópia permite simular a atuação do original, sem impactá-lo diretamente.
Na medicina, essa tecnologia pode replicar não somente processos de saúde, mas também pacientes. A possibilidade de realizar testes com menor risco e entender melhor o funcionamento biológico de cada pessoa é bastante promissora.
Femtechs
O público feminino ganha novos produtos, serviços e softwares focados nele. Por exemplo, os aplicativos para acompanhar o ciclo menstrual já são bastante conhecidos e fazem parte dessa tendência.
De acordo com a Deena Shakir, em entrevista à PitchBook, as mulheres são responsáveis por 80% do valor gasto em cuidados com a saúde. Portanto, é de se esperar que tenham um nicho próprio nas healthtechs.
Open health
Para completar, a “saúde aberta” é outra tendência das startups que atendem o setor. O conceito refere-se ao compartilhamento de dados médicos dos pacientes entre diferentes instituições de saúde, de forma similar ao open banking no sistema bancário. Tem como objetivo a maior personalização dos serviços oferecidos.
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Cresce o número de startups de saúde no Brasil
O relatório do Distrito ainda revela que o número de healthtechs tem crescido ano após ano no País. Hoje, o Brasil conta com 1.026 startups de saúde e pouco mais de 60% delas foram criadas de 2016 para cá.
Soluções focadas em gestão são as mais comuns no ecossistema brasileiro, representando 22,01% das empresas do gênero. Acesso à saúde (12,46%), telemedicina (11,96%) dispositivos médicos, diagnóstico, inteligência artificial e big data (6,53%) e fitness & bem-estar são outras áreas com uma presença considerável de negócios atuando.
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