O nome parece complicado, mas a definição é simples. Fintechs são empresas voltadas ao setor financeiro que oferecem soluções tecnológicas e inovadoras ao público. O conceito tem se difundido nos últimos anos e, por causa da pandemia, foi acelerada a adoção de ferramentas digitais para o consumidor, correntista, empreendedor e investidor brasileiro.
No entanto, ainda há um longo caminho para as fintechs percorrerem no Brasil. O principal desafio dessas startups está em conquistar a confiança do público. E como fazer isso? Veja adiante.
O comportamento do brasileiro nas finanças
Para começar, não podemos dizer que o comportamento do brasileiro com relação ao dinheiro seja exatamente conservador. Ele é avesso a buscar novas soluções mais por desconhecimento e receio que qualquer outro motivo.
A Globo levantou alguns dados que nos ajudam a entender melhor essa realidade. Por exemplo, o brasileiro ocupa apenas o 74º lugar no ranking global de educação financeira. Além disso, 58% das pessoas no Brasil não se dedicam às próprias finanças.
Isso então se traduz em escolhas de aplicação financeira pouco inovadoras. Para se ter uma ideia, o produto de investimento mais popular no País ainda é a poupança, preferida por 88% dos que investem. Ou seja, o brasileiro prefere uma reserva mais segura e previsível a um bom retorno financeiro.
Contudo, aos poucos, esse cenário está mudando. O brasileiro, por necessidade, passou a buscar mais informações sobre finanças. Nesse quesito, a disponibilidade de conteúdos por especialistas é fundamental para as fintechs se conectarem com esse público, já que 63% dos investidores gostariam de ter informações didáticas, simples e fáceis sobre como e onde investir. Outros 51% gostariam do apoio de algum perito sobre como investir.
Dados internos do Google ainda revelam o crescimento de diversas pesquisas relacionadas a finanças nos últimos tempos. Por exemplo, em 2018 viu-se o aumento de 285% em buscas por “Qual é o melhor banco digital” e de 84% por “Qual é o melhor fundo de investimento”.
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Fintechs ainda causam desconfiança no Brasil
A grande questão é: como as fintechs podem atrair não só o investidor brasileiro, mas o público de um modo geral, diante das instituições financeiras mais tradicionais? A desconfiança existe e precisa ser superada.
Nesse sentido, uma pesquisa do Google Brasil mostra que quatro em cada dez brasileiros não querem usar o serviço de fintechs (41% dos entrevistados). Há também um número muito próximo de indecisos quanto a usar ou não as novas tecnologias, sendo 42% do total. O público mais propenso a adotar as inovações no sistema financeiro são os mais jovens: 26% das pessoas entre 18 e 24 anos estão dispostas a usá-las.
Mas outros dados dessa pesquisa surpreendem. Nordeste e Norte são as regiões do Brasil em que o público tem maior aceitação às fintechs. Na outra ponta, o Sul é o mais receoso.
Curiosamente, o receio às fintechs não se deve ao fato de os produtos serem menos atrativos. Os maiores motivos para a preferência pelas instituições tradicionais são:
- Satisfação com o serviço bancário tradicional (40,3%)
- Falta de entendimento sobre o funcionamento dos serviços (22,4%)
- Falta de conhecimento sobre novas empresas (18,7%)
- E falta de confiança em startups (14,8%)
Ainda mais curioso é que, na comparação da satisfação entre clientes de fintechs e dos bancos tradicionais, os primeiros levam vantagem. O índice de satisfação com as fintechs chega a 78%, enquanto nos bancos fica em 55%.
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Oportunidades para fintechs
Diante disso, temos um público interessado em saber mais sobre o mercado financeiro, mas ainda com certa insegurança de utilizar soluções diferentes das tradicionais. E há outro desafio: ampliar o acesso à internet para levar essa inovação ao maior número de pessoas.
O que fazer, então?
1. Parcerias para ampliar a inclusão digital
As fintechs precisam se preocupar em como chegar aonde as instituições tradicionais não alcançam. Um levantamento do Instituto Locomotiva estima que existam 45 milhões de brasileiros desbancarizados. Entretanto, um relatório da We Are Social aponta que 62 milhões de pessoas no País não são usuárias da internet, embora o Brasil tenha mais smartphones em uso que habitantes.
Conquistar o público não se trata apenas de competir com os serviços financeiros já consagrados, mas também de levar soluções a quem nunca teve acesso a algo do tipo. Para isso, é preciso pensar além dos próprios produtos e desenvolver um ambiente propício para abranger mais e mais brasileiros.
Além disso, pensar em um público maior é planejar soluções para diferentes perfis, desde as questões de usabilidade para pessoas com necessidades especiais até grupos pouco representados no mercado financeiro, como a Conta Black faz para a população negra.
2. Investir em criação de conteúdo educativo
De acordo com o Google, a indicação de alguém próximo para a contratação de um serviço financeiro tem quase o mesmo peso que sites especializados e buscas on-line. A ordem de influência é de 33%, 31% e 29%, respectivamente.
Frente aos quase 150 milhões de usuários de internet no País, isso é uma ótima notícia para as fintechs, pois significa a oportunidade de responder em primeira mão às dúvidas do público. O marketing de conteúdo, portanto, é um caminho necessário a seguir.
Apenas deve-se ter o cuidado de diversificar os canais em que o conteúdo da marca é distribuído, mesclando os canais próprios com publishers e o trabalho de assessoria de imprensa. Desse modo, têm-se um número maior de fontes na internet validando e disseminando a mensagem da fintech.
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3. Estar presente nos meios certos
Um número crescente de marcas nativas digitais tem investido nas mídias essenciais, em especial na TV, para divulgação. Mesmo no caso das fintechs, cujo negócio é voltado para a internet, elas sabem que a presença nos meios de confiança do público traz mais confiança para elas próprias.
Além da propaganda ajudar a gravar a solução na mente do público, ela o faz por meios com altos índices de confiabilidade. Isso traz mais segurança para o brasileiro conhecer de perto os novos serviços financeiros à disposição.
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