Os primeiros dias do South by Southwest (#SXSW) 2021 já foram bastante movimentados, com palestras revelando as maiores tendências da atualidade.
O time formado por Gustavo Teixeira, gerente de marketing da NSC, Jose Nitro da Silva Neto, diretor geral das Casas da Água, e Piero Contezini, CEO do Asaas, está acompanhando tudo de perto e traz os principais temas discutidos no evento. Como destaque de 16/3, eles apontam o tema da inteligência virtual, suas aplicações e seus dilemas. Confira os detalhes a seguir.
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Inteligência virtual no centro do debate
Inteligência artificial (IA) representa a terceira era da computação, geralmente definida como a habilidade para uma máquina realizar funções cognitivas tão bem ou melhor que humanos.
A IA agora é usada na maioria dos setores. Ela resolve problemas de negócios, detecta fraudes, melhora o rendimento das safras, gerencia cadeias de abastecimento, recomenda produtos e até auxilia designers e escritores a criar.
Com machine learning ou deep learning, o mercado global de IA deve crescer em uma taxa composta de crescimento anual de 42,2% entre 2021 e 2027.
E quais são as tendências dessa tecnologia que vamos viver no curto prazo?
Videoconferência e eventos virtuais
Emotion IA pode fornecer uma visão sobre como as pessoas estão emocionalmente envolvidas em um evento virtual ou encontro. Isso dá aos apresentadores um valioso feed de público em tempo real. As videoconferências nunca mais serão as mesmas.
Aprendizagem on-line
Mais ainda, Emotion IA pode dar feedback sobre como os alunos se envolvem com materiais educacionais e palestras on-line, sinalizando se eles estão confusos, estressados ou entediados. Isso se torna especialmente importante durante a pandemia, já que muitos alunos estão estudando pela internet.
Interfaces Inteligentes
Um adulto toma em média 20.000 decisões por dia. Algumas delas são grandes, como se vai ou não investir no mercado de ações, e algumas pequenas, como olhar para um telefone celular quando a tela acende. A promessa da inteligência artificial é priorizar essas decisões, delegá-las em nosso nome e até mesmo responder de forma autônoma por nós, dependendo da circunstância. Grande parte dessa tomada de decisão invisível acontecerá sem supervisão direta ou contribuição de pessoas.
Preste atenção no que o seu smartphone pode fazer por você!
Assistentes digitais onipresentes
Assistentes digitais como Siri e Alexa usam nossos dados para antecipar o que queremos ou precisamos fazer, às vezes antes mesmo de perguntarmos. Hoje, 62% dos americanos já utilizam esses assistentes no dia a dia. O grande avanço é que agora essa tecnologia já permite reconhecer a intenção, realizar chamadas em seu nome e até mesmo reagendar compromissos de forma autônoma. Google, Amazon e Alibaba estão à frente dessa tecnologia e ainda trarão muitas novidades em 2021.
Algoritmos para produção de conteúdo
Em 2020, “Sassy Justice” entrou no ar no YouTube, sendo um repórter virtual como versão alterada de Donald Trump (para evitar problemas legais). Ele entrevistou deep fakes de Al Gore (político, jornalista e ambientalista norte-americano) e Mark Zuckerberg, gerando muita repercussão. Vimos essas tecnologias de deep fake sendo utilizadas até mesmo em comerciais do Super Bowl, o horário mais caro da televisão americana.
Deep fakes, convém explicar, são cópias virtuais e elaboradas de pessoas reais, capazes de reproduzir expressões, voz e outros detalhes.
Essa tecnologia se popularizou e agora é possível fazer deep fakes em minutos utilizando aplicativos como “Reface” e “Faceswap”. Esses apps estão entre os mais baixados e viraram uma febre na internet.
A dúvida que fica é: até quando vamos conseguir diferenciar o real do falso?
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Pontos de atenção sobre inteligência artificial
O gerente de marketing da NSC ainda ressalta alguns tópicos que merecem reflexão.
Diversidade, equidade e inclusão
À medida que a IA se torna mais popular, a tecnologia está assumindo funções que eram tradicionalmente feitas por humanos e mudando a forma como interagimos uns com os outros. Para a tecnologia trabalhar para todos nós, equipes diversas devem abastecer os dados ou corremos um risco de viés, em que a IA é tendenciosa contra algum grupo específico de pessoas.
Regulando deep fakes
Novas medidas para regular a criação e a distribuição de deep fakes serão introduzidas ao longo de 2021 nos Estados Unidos e em outros lugares. Nesse sentido, um projeto de lei no estado do Havaí procura proibir aplicativos e ferramentas de deep fake não autorizadas, além de que repassar deep fakes sem autorização se tornaria um crime.
China torna-se potência em inteligência virtual
Se você pensa na China como um país que copia em vez de inovar, pense de novo. A China é líder global em inteligência artificial. As empresas e o governo têm colaborado em um plano para tornar a China o principal centro de inovação de IA do mundo em 2030 e isso já está acontecendo. O trio BAT (Baidu, Alibaba e Tencent) está aí para provar.
A enorme população do país, de 1,4 bilhão de pessoas, oferece aos pesquisadores e startups de lá o comando do que pode ser o recurso natural mais valioso no futuro: os dados humanos. Sem restrições de privacidade e segurança comuns a grande parte do resto do mundo, essas empresas estão minerando bilhões de dados e tornando suas máquinas cada vez mais efetivas para detectar padrões de uso.
A startup SenseTime é uma pioneira em tecnologias de reconhecimento e fornece aos anunciantes em tempo real feedback sobre o que as pessoas estão assistindo. Vale a pena ficar de olho!
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