Qual é o melhor lugar do mundo na sua opinião?
Se você vive no Sul do Brasil, há uma grande chance de esse lugar ser seu próprio lar — resposta comum a quase 80% das pessoas na região, em pesquisa da Kantar IBOPE Media. Ainda mais no cenário de pandemia, além de um espaço de segurança e descanso, ele se tornou também um ambiente de trabalho, estudo, lazer e exercícios físicos.
As novas funções que o lar assumiu nesse período levaram a um olhar diferente sobre ele. Isso impactou o mercado de produtos para casa e decoração quando o consumidor percebeu que precisava investir nesse espaço para atender com conforto e harmonia às novas atividades. Não à toa, 42% dos usuários de internet aumentaram os gastos com melhorias para o lar em 2020.
Confira a seguir novos dados sobre essa relação mais próxima dos brasileiros com casa e decoração.
Investindo na ressignificação do lar
Em 2020, 46% das empresas brasileiras adotaram o modo de trabalho em home office, de acordo com a Fundação Instituto de Administração (FIA). Essa prática deve permanecer mesmo após a pandemia, considerando que 74% das multinacionais presentes no Brasil pretendiam continuar oferecendo essa opção a seus colaboradores, como revelou um estudo da Cushman & Wakefield.
Como resultado desse movimento, 32% das pessoas sentiram necessidade de ter um escritório em casa, é o que aponta uma pesquisa de QuintoAndar e Offerwise.
A chave para entender a ressignificação do lar é que a casa não se transformou apenas em escritório. Ela ganhou o espaço de trabalho, mas sem perder o lazer e o conforto. Também segundo o QuintoAndar e a Offerwise, 25% dos consumidores deram mais importância às áreas de lazer em casa.
O maior tempo passado em distanciamento social aumentou ainda mais o desejo por renovação dos ambientes. Dados da Kantar IBOPE Media mostram que 28,5% das pessoas na região Sul compraram artigos de decoração nos últimos meses. Essas compras envolvem móveis (82%), tintas (34,2%) e demais artigos de casa e decoração (36%).
O varejo acabou sendo beneficiado com esse novo olhar para o lar. As vendas no mercado de casa, decoração, presentes e utilidades domésticas tiveram aumento de 4,65% em 2020, de acordo com o IEMI, frente ao resultado de 2019. No ano passado, esse mercado movimentou R$ 87,7 bilhões no Brasil.
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Preço versus qualidade na decoração do lar
O que move esse consumidor que está buscando uma renovação do lar? Será que ele se importa mais com o preço dos produtos ou com a qualidade e durabilidade deles?
A verdade é que há um misto de interesses em jogo, como aponta uma pesquisa da Opinion Box. Características de preço e qualidade ocupam os quatro principais fatores para decisão de compras em casa e decoração.
O preço influencia 44% dos consumidores entrevistados, enquanto promoções são importantes para 25% deles. Por outro lado, a qualidade do material (36%) e a durabilidade do produto (29%) também têm alto grau de influência nas compras.
Vale destacar que a pandemia tem sido um período econômico desafiador para muitas famílias, o que exige uma consideração mais cuidadosa sobre o custo-benefício desses artigos.
Só depois de preço e qualidade entram em cena as influências de frete (21%), entrega rápida (17%) e condições de pagamento (15%), mais associadas ao modelo de operação e não aos produtos em si.
Mas chama a atenção que a marca seja importante para apenas 14% dos consumidores ouvidos. Esse fato também é percebido nos dados da Kantar IBOPE Media: 52,2% das pessoas na região Sul revelam que, embora tenham uma marca favorita, compram de outra se estiver em oferta especial. A fidelização, portanto, é um grande desafio desse mercado.
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Compras físicas no mercado de casa e decoração
A jornada de compra desse consumidor é outro aspecto digno de nota. A complexidade desse caminho percorrido pelo público destaca a importância das empresas de casa e decoração adotarem uma estratégia omnichannel.
Quando o assunto é a escolha de móveis, por exemplo, um relatório da IEMI indica que 63,6% dos consumidores brasileiros começam a pesquisa pela internet. Entre eles, 71,2% têm o objetivo de conhecer o preço dos produtos nesse primeiro momento. Então, 69,9% desse público visitou uma loja física após a busca virtual para ver melhor os itens, mas apenas 18% optaram por voltar aos canais on-line para fechar a compra, preferindo para isso o comércio físico.
Dados da Opinion Box corroboram esse comportamento. Os meios virtuais aparecem como os preferidos para a procura por móveis:
- Google: 58%
- Sites de lojas conhecidas: 56%
- Sites de comparação de preços: 51%
- Lojas físicas: 38%
Entretanto, o fechamento da compra se dá preferencialmente fora da internet:
- Lojas físicas: 62%
- Sites de lojas: 49%
- Apps de lojas: 30%
- Outras formas on-line: 19%
Mas isso não quer dizer que o mercado de casa e decoração deva apostar apenas na comunicação pela internet para alcançar o consumidor. A Kantar IBOPE Media revela, por exemplo, que 88% das pessoas que compraram móveis, tintas e produtos de decoração na região Sul assistiram à televisão nos últimos 30 dias. E 63% dos brasileiros têm o hábito de pesquisar na internet os produtos vistos na TV.
Para saber mais sobre esse mercado, baixe o relatório de Insights sobre Casa e Decoração do Negócios SC.