O ano de 2022 foi positivo para o mercado imobiliário no Brasil, apesar da queda no número de lançamentos em relação a 2021.
De acordo com um estudo realizado pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) e pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) com 18 empresas, a venda de imóveis cresceu 9,2% em 2023 frente ao ano anterior. Se considerarmos apenas o segmento residencial de médio e alto padrão, essa alta chegou a 67,8%.
Esse foi o melhor resultado das vendas do mercado imobiliário brasileiro desde 2014, no início da série histórica do levantamento. E mesmo o número de lançamentos foi o segundo maior desde aquele ano.
No entanto, as empresas do ramo precisam ficar atentas não somente ao cenário de comercialização de imóveis. É preciso entender a relação dos brasileiros com a moradia para garantir o futuro dos negócios. Acompanhe alguns dados interessantes nesse sentido.
A família do marketing imobiliário está mudando
Por muito tempo, a família tradicional que estampava (e ainda estampa) a publicidade do mercado imobiliário é composta por um casal até a faixa de quarenta anos, com um ou dois filhos. Mas essa imagem está mudando.
Nessa faixa de quarenta anos hoje se encontram os millennials. Quase metade desse público, segundo uma pesquisa global da Deloitte, vivem com o salário apertado e preocupam-se de não conseguir cobrir as despesas.
O núcleo familiar também se reduziu, como apontam os dados do IBGE. Com uma taxa de fecundidade em torno de 1,7 filho por mulher, o número médio de moradores por domicílio caiu. Se no ano 2000 havia 3,8 pessoas por lar, em 2019 esse índice baixou para 3 pessoas.
Por outro lado, a expectativa de vida dos brasileiros subiu para 77 anos. E são mais de 54 milhões de pessoas no País com mais de 50 anos, segundo o portal Longevidade, sendo que essa população movimenta R$ 1,8 trilhão por ano, como destaca o Instituto Locomotiva.
O próprio estudo do Negócios SC sobre o mercado imobiliário já mostrou que 45% dos compradores de imóveis em Santa Catarina têm mais de 45 anos e 30% estão acima dos 55 anos.
Nesse cenário, o futuro do mercado imobiliário no Brasil passa pelo entendimento das necessidades e dos anseios do consumidor maduro. Isso vai desde a representatividade na publicidade até uma maior acessibilidade para idosos como característica fundamental dos projetos.
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Mercado imobiliário na região Sul prioriza o investimento
Um levantamento da Brain para a Abrainc revela que os compradores de imóveis na região Sul do Brasil procuram muito mais o investimento que o uso próprio.
Na média nacional, 75% dos compradores relatam o uso próprio como motivo de compra do imóvel, enquanto 25% apontam o investimento como razão. Entretanto, entre os novos proprietários no Sul, 33% adquiriram o imóvel para investir.
Um dos motivos para essa diferença é que o litoral catarinense tem algumas das cidades com o mercado imobiliário mais valorizado no Brasil. Balneário Camboriú e Itapema, por exemplo, estão na primeira e segunda posições de maior preço médio de venda de imóvel residencial no Índice FipeZAP+.
Essa característica dos compradores no Sul pode explicar por que eles são menos suscetíveis ao crédito facilitado para antecipar a decisão de compra. Inclusive, essa é a região em que tal apelo tem a menor força: enquanto 50% da média nacional poderia antecipar a compra por esse motivo, 44% fariam algo semelhante nos imóveis de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
Como revela o estudo do Negócios SC, em Santa Catarina um dos principais perfis de compradores é o do indivíduo de classes A e B acima de 55 anos. Nesse momento da vida e com essa renda, o financiamento não é tanto um obstáculo. Para ele, o desconto no valor do imóvel é um fator mais importante para antecipar a decisão de compra.
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Veja mais dados sobre o mercado imobiliário em Santa Catarina
A proporção de imóveis próprios, quitados ou em financiamento, caiu nos últimos anos. Segundo dados da Abrainc com base na Pnad Contínua, os domicílios próprios eram 73% do total em 2016. Já em 2019 esse percentual retrocedeu para 69,2%.
Então, ao analisar o mercado imobiliário, não podemos nos esquecer das outras modalidades de moradia, como aluguel e imóvel compartilhado.
Para entender melhor esses diferentes perfis de consumidores, baixe agora o estudo de mercado imobiliário do Negócios SC. Esse material gratuito contém insights importantes sobre proprietários, compradores e inquilinos em Santa Catarina. Aproveite!