Como o brasileiro consegue estar cada vez mais conectado à internet e ainda aumentar em mais de uma hora o tempo diário à frente televisão?
A explicação por trás desse fenômeno está no comportamento multitelas do consumidor. Saiba a seguir o que isso significa e como interagir com esse público que está em todo lugar ao mesmo tempo.
Hiperconectividade
No Brasil, já existem pelo menos dois dispositivos eletrônicos por pessoa, incluindo computadores, tablets e smartphones. Ao todo, gastamos em média 9 horas e 29 minutos por dia conectados à internet entre diferentes dispositivos, segundo o relatório Digital Brazil 2019. Os celulares, em especial, são os maiores responsáveis por aumentar a conectividade do brasileiro.
No entanto, nem por isso deixamos de assistir à televisão, ouvir a rádio ou ler as notícias. A internet, na verdade, ao mesmo tempo em que fornece conteúdo para vários meios de comunicação, marca presença como pano de fundo em todos eles. Ela é o espaço de debate do que há fora dela.
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Pautando a conversa on-line
Uma pesquisa da Ipsos mostra que 97% dos usuários do Twitter têm várias telas abertas em tablets e smartphones enquanto assistem à televisão. Esse é apenas um exemplo entre as várias redes sociais e justamente na que permite o debate mais ágil entre os usuários.
É comum episódios de novelas, eventos musicais e esportivos, reality shows e notícias relevantes dominarem os assuntos nas redes sociais. Nem podemos esquecer o papel dos memes na difusão do conteúdo das formas mais variadas.
O que a internet e o comportamento multitelas possibilitam é uma experiência compartilhada do público diante do conteúdo. De onde estiverem, as pessoas agora podem interagir umas com as outras como se estivessem no mesmo espaço, comentando as mesmas coisas. E, como já abordamos em outro artigo, o consumidor adora participar do que vê: um único dia de Rock in Rio, que teve transmissão ao vivo pela TV, chegou a gerar 555 mil menções nas redes sociais.
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Ser multitelas significa consumir conteúdo em diferentes dispositivos. (Foto de Zakaria Zayane via Unsplash.)
Comportamento multitelas
Falando agora em termos mais específicos de comportamento, o consumo de conteúdo pode ser feito de duas formas:
- Uso sequencial: quando o acesso a uma tela sucede o outro;
- Uso simultâneo: várias telas abertas ao mesmo tempo.
No Brasil, prevalece a simultaneidade no comportamento multitelas para 69% dos usuários, contra 31% dos que o fazem sequencialmente.
O uso simultâneo pode ser ocasionado por diversos impulsos. Comentar nas redes sociais é um deles, como vimos, mas outro muito importante é o de procurar mais informações sobre aquilo que é visto fora da internet. Esse é um fenômeno comum: o Google revela que 91% dos proprietários de smartphone usam os aparelhos para se informarem enquanto estão no meio de alguma outra tarefa.
Essa informação pode ser, inclusive, algo sobre sua marca. Ao ver um anúncio ou merchandising, o consumidor pode rapidamente consultar seus canais digitais e já iniciar a jornada de compra. Com a recente otimização para comerciais de TV trazida pela NSC à Santa Catarina, esse processo de chamar o público off-line fica ainda mais prático e atrativo.
Nessa jornada de compra, vale ressaltar que pelo menos 30% dos consumidores brasileiros já navegam por mais de uma tela nas compras virtuais. Esse é mais um dos argumentos para implementar uma estratégia omnichannel agora mesmo no seu negócio.
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O que isso significa para as empresas?
O comportamento do consumidor multitelas prejudica a comunicação da sua empresa? A resposta é um taxativo “não”.
Em vez de um conteúdo dissipado, temos um conteúdo amplificado. Ficou muito mais fácil para as marcas serem descobertas e as campanhas ganharem alcance orgânico quando conquistam o público. Além disso, esse comportamento abre muitos caminhos para atrair leads da comunicação off-line.
Ou seja, as empresas têm à disposição uma gama de novos pontos de contato com o consumidor. O que se espera delas é que sejam capazes de facilitar a migração entre diferentes canais e até a instiguem, oferecendo conteúdos extras, adaptados a cada plataforma. Ao mesmo tempo, isso impõe o desafio de criar campanhas muito bem amarradas para que essa conversa tenha o melhor retorno possível para a marca.
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