O que aconteceu com as vendas do e-commerce no Brasil?

11/04/2023

Vendas

O que aconteceu com as vendas do e-commerce no Brasil?

Está na hora de ligar o sinal de alerta para o comércio eletrônico? As vendas do e-commerce no Brasil tiveram queda no primeiro trimestre de 2023, segundo dados da Neotrust. O faturamento, que havia sido de R$ 39,6 bilhões no mesmo período de 2022, neste ano ficou em R$ 37 bilhões.

Os resultados das vendas on-line em 2022 já apontavam para essa possibilidade. A própria Neotrust registrou um recuo de 3,1% no faturamento do e-commerce no segundo semestre de 2022, em relação a 2021. Além disso, de acordo com a NielsenIQ Ebit, a última Black Friday digital também apresentou uma ligeira retração.

Então, como explicar esse desempenho das vendas do e-commerce brasileiro? Reunimos a seguir algumas informações que ajudam a responder essa questão. Fique por dentro!

O que explica o resultado das vendas do e-commerce no Brasil?

Durante a pandemia de Covid-19, vimos um crescimento do comércio eletrônico como ainda não tínhamos registrado. Se entre 2016 e 2019 a alta anual de faturamento era de 10,75%, em média, o e-commerce cresceu incríveis 41% em 2020 e outros 29,8% em 2021, como apontam os dados da NielsenIQ Ebit.

No entanto, o aumento do faturamento ao longo de 2022 foi de apenas 1,6%, somando R$ 262,7 bilhões. Por quê?

Para começar, temos como base de comparação um período excepcional. É natural que o ritmo de crescimento do e-commerce tenha desacelerado após a volta à circulação normal de pessoas, podendo comprar mais nas lojas físicas.

Isso foi visto especialmente a partir de março de 2022. Até fevereiro do ano passado, o crescimento mensal das vendas on-line ainda estava na casa dos dígitos. Depois, o desempenho oscilou, chegando a apresentar queda em sete meses do ano, na comparação com 2021.

Também vale lembrar que o comércio brasileiro como um todo teve um ano desafiador. De acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio, do IBGE, a alta acumulada no volume de vendas do varejo em 2022 foi de somente 1%.

Pesaram no poder de compra do consumidor a inflação elevada e os altos juros. Com isso, além da redução no ritmo de compras, o Brasil ainda presenciou um número recorde de mais de 70 milhões de pessoas inadimplentes, segundo a Serasa Experian.

Agora, mesmo que o crescimento das vendas do e-commerce tenha sido mais baixo que o dos últimos anos, o cenário do setor está longe de ser negativo. Isso é o que revelam outros dados da NielsenIQ Ebit.

Leia também: Acesso à internet no Brasil cresceu 17% entre 2019 e 2023

Compras de rotina têm o maior número de pedidos no varejo on-line. (Imagem via Freepik)

Cresce o número de usuários e de pedidos no e-commerce no Brasil

O comércio on-line, afinal, continua em ascensão no País. O número de consumidores comprando pela internet chegou a 108,9 milhões de brasileiros em 2022, um crescimento de 24% em relação a 2021.

A quantidade de pedidos teve uma evolução igualmente considerável. Foram 7,9% a mais de pedidos no e-commerce em 2022.

Então, como o faturamento aumentou apenas 1,6% no ano? A resposta está no ticket médio das compras. O valor gasto caiu 7,5%, pressionado pelos fatores econômicos que mencionamos acima.

Não à toa, as categorias com maior ticket médio sentiram o maior impacto nas vendas em 2022, com exceção dos eletrônicos. A telefonia, que detém o maior valor médio por pedido, também foi a que perdeu a maior participação no total de faturamento do e-commerce no Brasil.

Enquanto isso, as compras de rotina tiveram maior importância, uma prova de que o varejo on-line está sim enraizado no dia a dia do consumidor brasileiro. Portanto, respondendo à pergunta inicial do texto, o e-commerce brasileiro não se encontra em perigo. Ele apenas está se estabilizando.

Leia também: Compra intencional: a jornada de compra na era digital

Alimentos e bebidas sobem em número de pedidos no e-commerce

Ainda de acordo com os números da NielsenIQ Ebit, a categoria de perfumaria e cosméticos subiu para a primeira posição em número de pedidos no e-commerce brasileiro.

Com isso, o ranking de pedidos no comércio eletrônico ficou assim:

  1. Perfumaria e cosméticos
  2. Casa e decoração
  3. Alimentos e bebidas
  4. Saúde
  5. Eletrodomésticos
  6. Moda e acessórios
  7. Esporte e lazer
  8. Bebês e cia
  9. Telefonia
  10. Informática

Entretanto, o destaque é para alimentos e bebidas, que saltou da sexta para a terceira posição na lista entre 2021 e 2022.

Mesmo com o ticket médio menor nessa categoria, ela teve uma maior importância no faturamento total do e-commerce no Brasil devido ao crescimento fenomenal no número de pedidos. Segundo uma consulta a mais de 1.900 brasileiros conectados, 3 em cada 10 entrevistados já fizeram compras de supermercado on-line.

Então, se você deseja conhecer melhor a jornada de compra do consumidor nessa e em outras categorias do e-commerce, veja agora os canais que atraem o público digital.

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