É difícil encontrar uma atividade econômica que a pandemia não tenha transformado, com os resultados mais diversos. Mas, no caso do setor de supermercados, o cenário para as empresas foi bastante positivo.
Falando em números, as vendas em supermercados no Brasil tiveram um crescimento real de 9,36% em 2020, na comparação com o ano anterior, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Santa Catarina observou uma alta similar, de 9,65% no mesmo período, de acordo com a Associação Catarinense de Supermercados (Acats).
Profundas transformações ocorreram em meio a esse impacto. Enquanto o maior tempo passado em casa ditava novas tendências de consumo, supermercadistas de todo o País corriam para colocar em prática mudanças há muito em andamento.
Então, conheça a seguir um pouco melhor a situação dos supermercados no Brasil e quais tendências têm marcado o setor.
O cenário do setor supermercados na pandemia
O setor supermercadista no Brasil é essencial não somente pelo que oferece ao público, mas também pelo que é para a economia brasileira.
Dados da Abras mostram que as vendas de supermercados atingiram R$ 554 bilhões no acumulado de 2020. Isso é equivalente a 7,5% do produto interno bruto nacional.
Além disso, o setor gera 3 milhões de empregos diretos e indiretos com suas mais de 91 mil lojas.
Então, o cenário de pandemia impulsionou um rápido crescimento dos supermercadistas brasileiros. Como explica Juliana Inhasz, professora de economia do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), o fato de as pessoas consumirem menos na rua e fazerem sua alimentação em casa foi um fator para alavancar as vendas.
Os resultados são inegáveis. Ainda de acordo com a Abras, até o primeiro trimestre de 2021 o setor de supermercados apresentou ótimos números. O acumulado das vendas entre janeiro e março registrou um crescimento de 7,06% frente ao mesmo período de 2020.
A partir desse momento, a alta dos preços causada pela inflação tem mudado o panorama do setor. Uma pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas informa que 49,5% dos consumidores já apontam as compras de mercado como a principal carga sobre as contas domésticas. Com isso, ganha força a tendência do atacarejo, sobre a qual falaremos mais adiante.
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O carrinho de compras pela internet
Uma dessas tendências no setor de supermercados que se fortaleceram na pandemia foi a venda pela internet.
Em 2019, o percentual de internautas brasileiros que fizeram compras de supermercado on-line era de 9%. Então, em 2021, esse número subiu para 30%. Os dados são da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
Nesse sentido, a pesquisa “Supermercados e Hábitos de Compra”, do UOL, traz outras dados interessantes do setor:
- 60% dos brasileiros pretendem continuar a fazer compras on-line mesmo após a pandemia.
- 37% apontam a comodidade como o principal fator da escolha pelo canal digital.
- 33% dos consumidores on-line adquirem itens pelo menos a cada 15 dias.
Além disso, os gastos em compras pela internet nos supermercados cresceram 57% durante a pandemia.
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Supermercados entram na disputa pelas datas comerciais
As compras de supermercado também passaram a fazer parte da lista de desejos dos consumidores em datas especiais do varejo. O estudo “Black Friday 2021” revela, por exemplo, que 20% dos brasileiros entrevistados pretendiam incluir alimentação nas compras referentes à data.
Outra ocasião em que as vendas de supermercados disputam a atenção do consumidor é o Dia do Cliente. Em 2021, segundo uma pesquisa da Opinion Box, 71% dos consumidores tinham intenção de usar a data para comprar itens de necessidade com melhor preço, enquanto 17% queriam estocar produtos de uso recorrente.
Ou seja, o varejo de necessidade compete lado a lado com as compras de desejo nessas datas comerciais.
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Atacarejo deu o maior salto do setor de supermercados
Como destacamos anteriormente, a busca por melhores preços tem levado milhões de brasileiros a migrar suas compras de supermercado para o atacarejo. O modelo que mescla as vendas de atacado e varejo, garantindo melhores negociações pelo maior volume de produtos, cresceu mais rapidamente que a média supermercadista no Brasil.
Segundo a consultoria Nielsen, no acumulado entre 1º de janeiro e 14 de março de 2021, as vendas no varejo físico como um todo tiveram alta de 14,5% ante o mesmo período de 2020. Já o atacarejo sozinho subiu 22,8%.
A Nielsen também revela que seis em cada dez lares brasileiros já compram em redes de atacarejo. Inclusive, 860 mil famílias compram exclusivamente nesse modelo.
Outro dado ainda confirma essa tendência. O atacarejo representava 27,8% das vendas no grande comércio varejista do País em 2014. Em 2021, esse desempenho subiu para 40%.
É preciso acompanhar essas transformações, pois o setor de supermercados tem um grande papel na economia e na vida dos brasileiros. Então, veja mais tendências do tema no estudo do Negócios SC.