Os impactos da pandemia de Covid-19 continuam perceptíveis, agora no aspecto comportamental. Tanto que um dos efeitos desse período tem sido a maior procura pelo cuidado com a saúde e o bem-estar físico e mental.

Como exemplo disso, de acordo com um levantamento da V.Trends, cuidar de si é a principal meta dos brasileiros para 2023.

Isso traz reflexos também para o mercado farmacêutico. Dados do IQVIA Institute for Human Data Science mostram que o consumo de medicamentos cresceu 36% entre 2012 e 2022 no mundo todo. Em 2023, o valor gasto globalmente com remédios deve chegar a 1,56 trilhão de dólares, com expectativa de alcançar a marca de 1,92 trilhão em 2027.

Inclusive, o mercado farmacêutico no Brasil é um dos mais promissores do mundo. Mas a indústria farmacêutica e as farmácias precisam ficar atentas às tendências de consumo para saber como fortalecer os negócios nessa área. Então, acompanhe a explicação que trazemos a seguir sobre o assunto!

Dados sobre o mercado farmacêutico no Brasil

Globalmente, o mercado farmacêutico tem um valor estimado de 1,56 trilhão de dólares em 2023. Esse valor é 21,8% maior que o registrado em 2019, ainda no período pré-pandemia. Ou seja, a média de crescimento anual estaria na casa dos 7,3%.

A partir de 2025, no entanto, o setor farmacêutico mundial deve esperar uma desaceleração. Entre 2025 e 2027, por exemplo, o Instituto IQVIA projeta um aumento médio de 5% ao ano. 

Esse não é o caso do Brasil. Por aqui, de 2023 a 2027, o gasto anual deve crescer entre 9% e 12%. Com isso, no cenário mais favorável para o setor, o mercado farmacêutico brasileiro movimentaria até 77 bilhões de dólares em 2027.

Só no período acumulado de 12 meses até fevereiro de 2023, as farmácias do País tiveram um faturamento de R$ 184,4 bilhões. Já são mais de 90 mil unidades em território nacional.

Algumas das marcas do setor estão entre as maiores empresas do varejo no Brasil. A Raia Drogasil, por exemplo, tem o sétimo maior faturamento entre os varejistas brasileiros, com o valor de R$ 25,6 bilhões em 2021. Essa informação é do ranking da Fundação Instituto de Administração (FIA) e do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo & Mercado de Consumo (IBEVAR).

Ainda de acordo com o ranking IBEVAR-FIA, a compra de artigos farmacêuticos representa 6,5% do consumo de bens pelas famílias brasileiras. Isso é mais que o alcançado pelo setor de combustíveis e o de móveis e eletrodomésticos, ambos com 5,3%.

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Três em cada dez brasileiros esperam gastar mais com medicamentos em 2023. (Foto via Freepik).

Tendências do mercado farmacêutico brasileiro

As transformações do mercado farmacêutico no Brasil são movidas por novas tecnologias, mudanças no comportamento de consumo, estratégias de negócios e características do próprio mercado. Veja algumas dessas tendências!

Consumidor espera gastar mais, mas busca menor preço

O relatório Global Consumer Health Trends 2023 mostra que, no início do ano, um número considerável de brasileiros pretendia gastar mais com saúde.

• 30% esperavam gastar mais com medicamentos;
• 34% esperavam gastar mais com cuidados pessoais e higiene;
• 37% esperavam gastar mais com vitaminas e suplementos.

Porém, como revela a 6ª Pesquisa do Perfil de Compra dos Clientes das Farmácias, o consumidor está cada vez mais preocupado com o preço. Em 2022, 79,9% dos entrevistados afirmavam que esse era o principal fator para a escolha da farmácia. Então, em 2023, o índice subiu para 82,13%.

Maior frequência de compras

Uma mudança de comportamento a que o mercado farmacêutico precisa ficar atento está na rotina de compra. Entre 2022 e 2023, o ticket médio caiu de R$ 43,71 para R$ 41,99. Em compensação, 42% dos brasileiros passaram a comprar com maior frequência.

Isso quer dizer que ter uma estratégia de fidelização é imprescindível para as farmácias. Já que as compras individuais ficaram menores, é na capacidade de reter o consumidor que está o caminho para o sucesso no setor.

Compras pela internet no mercado farmacêutico

Outra forte tendência diz respeito às compras pela internet. Assim como o e-commerce em geral, o consumidor do setor farmacêutico também se digitalizou.

Em 2023, 24,8% do público já compra dessa forma. Um ano antes, o percentual era de 16,8%. A 6ª Pesquisa do Perfil de Compra dos Clientes das Farmácias ainda informa que o meio mais utilizado para isso é o WhatsApp, citado por 50,1% dos entrevistados.

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Investimento em marcas próprias

Em relação às estratégias de negócios, o investimento em marcas próprias é uma tendência notável entre as farmácias brasileiras. Essa prática tem duas funções importantes: permitir um melhor controle sobre o preço cobrado ao consumidor e oferecer produtos exclusivos, o que aumenta a fidelidade.

Nesse sentido, a InfoMoney cita o exemplo da Pague Menos. A venda de marcas próprias gerou R$ 594,2 milhões para a rede de farmácias em 2022, um crescimento de 19,1% frente a 2021.

Conteúdo digital sobre saúde

Antes mesmo da pandemia, o brasileiro liderava o aumento das pesquisas on-line sobre temas de saúde, segundo o Google. Agora, com o interesse reforçado, mais consumidores recorrem à internet para cuidar do bem-estar físico e mental.

Isso quer dizer que há uma grande oportunidade para o mercado farmacêutico no conteúdo digital. Trazer informações relevantes para o público é uma excelente forma de atrair mais clientes, estabelecer autoridade no setor e construir um diferencial competitivo.

Marcas como MultiGrip já aproveitaram as vantagens dessa estratégia. Com um canal exclusivo de conteúdo dentro do NSC Total, o medicamento contou com a produção de matérias diferenciadas pelo time da NSC para responder dúvidas do consumidor e fortalecer o reconhecimento da marca.

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